Número de suicídios na ponte Golden Gate atinge marca de 46 em 2013
Ano seria o com o maior número de mortes na ponte de San Francisco.
Fundação pede rede de proteção para dificultar saltos.
A ponte Golden Gate, em San Francisco, registrou a marca de 46 suicídios em 2013, no que parece ser o ano com o maior número de casos nesse cartão-postal californiano, segundo levantamento de uma entidade que realiza essa contagem.
A Fundação Bridge Rail, que contabiliza mortes nos 1.280 metros de extensão da ponte, disse que o alto número de suicídios demonstra a necessidade de uma rede de proteção que dificulte os saltos no vazio.
“Sei que ela não será instalada tão cedo, e isso é o mais frustrante”, afirmou Dayna Whitmer, conselheira da organização. “Odiamos ver mais gente de 17 anos saltando e mais gente de 86 anos saltando, não está certo.”
O pavimento da ponte está 67 metros acima da superfície marinha, na entrada da baía de San Francisco. A Golden Gate é um dos locais públicos mais usados para suicídios no mundo, e quase todas as tentativas resultam em morte.
Mary Currie, porta-voz do Distrito Rodoviário e de Transportes da Ponte Golden Gate, confirmou a ocorrência de 46 suicídios na ponte no ano passado, maior contagem anual desde pelo menos 2000, quando ela começou a anotar esses dados.
Segundo ela, policiais e outras pessoas intervieram para impedir outras 118 pessoas de saltarem em 2013.
Whitmer disse que o número de suicídios no ano passado, acima dos 33 de 2012, é “o mais alto que podemos confirmar” desde a construção da ponte, em 1937. Acredita-se que o recorde anterior seja de 40 ou 41 mortes em um só ano.
Uma análise publicada pelo jornal San Francisco Chronicle mostrou que houve 40 suicídios na Golden Gate em 1977.
As autoridades têm um projeto para instalar uma rede sob as calçadas da ponte, mas ainda buscam os US$ 66 milhões necessários para a obra. Em 2011, uma firma recebeu 5 milhões de dólares para projetar a rede, segundo Currie.
Por enquanto, as autoridades tentam prevenir suicídios com patrulhas em bicicleta. A todo momento, dois a quatro agentes percorrem as calçadas da ponte.
As autoridades não sabem explicar o alto número de mortes do ano passado. “Os suicídios realmente vêm em ondas, parece que em alguns anos estão em alta, em outros estão em baixa”, disse Andrew Barclay, porta-voz da Patrulha Rodoviária da Califórnia.
Segundo ele, em épocas de crise econômica os patrulheiros costumam encontrar muitos empresários falidos e mutuários inadimplentes entre os suicidas.