‘Não há imagem que prove assédio’, diz delegado sobre caso no HR

Maqueiro é acusado de tentar praticar sexo oral em menor internado.

Funcionário diz que paciente teve surto; HR decidiu afastá-lo do trabalho.

A Polícia Civil está investigando uma suposta tentativa de abuso sexual contra um adolescente no Hospital da Restauração (HR), no Recife, ocorrido durante a madrugada desta terça-feira (1º).  Um jovem de 17 anos acusa um maqueiro, funcionário do hospital há 24 anos, de ter tentado praticar sexo oral enquanto ele recebia atendimento na unidade de saúde.

Os dois envolvidos no caso foram encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na bairro da Madalena, onde prestaram depoimento inicial. Em seguida, o delegado Ademir Soares Oliveira foi à unidade de saúde para verificar o registro das câmeras de segurança. “Nós vimos as imagens de três salas, eles aparecem [juntos] em uma e nessa única sala não há nenhuma imagem que comprove o assédio”, disse o policial.

Apesar disso, a direção decidiu afastar o funcionário. “A gerência administrativa do Hospital da Restauração, no uso de suas atribuições, decidiu devolter o maqueiro J.M.S à empresa prestadora de serviços Soservi, em função de um suposto caso de abuso sexual praticado pelo mesmo, a um menor internado no hospital. Ao mesmo tempo, se coloca à disposição da Polícia Judiciária para colaborar com as investigações”, informou o HR em nota encaminhada pela assessoria de imprensa. O G1 tentou contato com a direção da unidade de saúde, mas não obteve retorno até o momento de publicação desta reportagem.

O delegado Ademir Oliveira informou que as imagens mostram uma terceira pessoa presente durante o atendimento e registra, ainda, uma agressão do adolescente contra o maqueiro. “Ainda vamos tomar os depoimentos formais de todos, ouvir essa terceira pessoa e conversar com as duas partes para falar das imagens. Por enquanto, não há flagrante”, informou.

Entenda o caso
A mãe do adolescente informou que o filho estava realizando exames na mandíbula, porque estava sentindo dor após sofrer um acidente. Para realizar um raio-X, o maqueiro levou o adolescente para uma sala do hospital. “Eu fui informada que não podia ficar lá dentro. Mas às 6h, meu filho me chamou muito nervoso, dizendo que tinha pegado no sono e, quando acordou, o homem tinha tirado a roupa e dele”, comentou a mulher, que encontrou o filho sozinho no local.

Quando o maqueiro voltou para levar o jovem para realizar o exame, foi agredido pelo adolescente com um soco no rosto. “Ele estava dormindo e o chamei pelo nome, tocando no ombro e dizendo que tinha exame para fazer. Ele fez ‘legal’ com o dedo e disse ia fazer. Eu o transportei na maca, mas, quando chegou lá, ele não quis e teve um surto, dizendo que queria a mãe e um espelho para ver o rosto. Pedi calma, mas ele não quis e saiu andando. Quando chego lá na frente, ele estava abraçado com a mãe. Eu pedi pra ele deitar, mas ele disse que não, porque o atendimento demorava. Insisti, e ele me deu um soco no nariz”, explicou o maqueiro.

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