“Bolsonaro presidente” – Possível candidatura do deputado causa rebuliço na web

No dia 25 de abril o deputado federal Jair Bolsonaro oficiou seu partido, o Partido Progressista, solicitando que seu nome seja submetido na convenção de junho, objetivando candidatura a Presidência da República. Extraoficialmente, o PP só acolherá o pleito de Bolsonaro caso ele apresente números próximos a 10% de intenção de votos junto à opinião pública (IBOPE).

Logo a noticia se espalhou e teve grande repercussão na web. Além de sua oficial no Facebook, Foi criada uma página que é administrada por militantes de Direita, admiradores de Bolsonaro com o intuito de estimular a sua candidatura a Presidente da República nas Eleições de 2014, com o nome de “Jair Bolsonaro Presidente 2014”. A página já conta com mais de 25 mil curtidas e a página oficial do deputado com mais de 400 mil.

Na web, as opiniões divergem, alguns defendem, outros criticam Bolsonaro.

Jair Bolsonaro entrou na vida pública em 1988 elegendo-se vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Nas eleições de 1990, elegeu-se deputado federal pelo mesmo partido. Seguiram-se outros quatro mandatos seguidos. Foi filiado ao PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), e desde 2005, integra o PP.

Ganhou notoriedade nacional após dar declarações sobre questões polêmicas, como homofobia, preconceito racial, sexísmo, cotas raciais e defesa da tortura e do regime militar no Brasil, sendo classificado por alguns jornalistas e órgãos de imprensa como representante da extrema-direita brasileira.

Nas últimas eleições, em 2010, Jair Bolsonaro obteve cerca de 120 mil votos, sendo o décimo-primeiro deputado federal mais votado do estado do Rio de Janeiro.

Desde seu anúncio, Bolsonaro tem recebido apoio de milhares de internautas que acham que ele é o caminho para que o Brasil retome os trilhos.

O colunista da Veja, Ricardo Setti, escreveu o texto: Bolsonaro Candidato a presidente? É uma piada, mesmo. Piada! Em sua coluna o que gerou um enorme afluxo de comentários, em geral críticos, ao post. Veja abaixo trecho do que escreveu Setti:

“Em primeiro lugar, é uma piada porque o PP é um partido de raposas, e não vai embarcar numa fria, em uma candidatura com chance zero de vingar.

Boa parte do PP pretende continuar mamando no governo e, apesar de se tratar de um partido supostamente conservador, quer continuar tecnicamente apoiando o governo lulopetista da presidente Dilma.

Outros setores querem marchar com o tucano Aécio Neves, que emplacou um governador em exercício do PP em Minas, tem boas relações com o comando do partido, apoia a senadora pepista Ana Amélia na corrida para o governo do Rio Grande do Sul e é primo e muito próximo de um dos cardeais do PP, o senador Francisco Dornelles (RJ).

Em segundo lugar, a candidatura de Bolsonaro é uma piada porque ele não tem equilíbrio, nem postura nem preparo para ser presidente (e não me venham com o argumento de que, se Lula foi presidente, vale tudo, de que, se Collor foi presidente, tudo pode, de que, se Dilma, de quem se dizia “preparadíssima”, chegou lá, tudo vale — não, não vale, porque quero o MELHOR para meu país. Nada de nivelar a exigência por baixo! Já sabemos o resultado disso). As ideias e atitudes do deputado estão longe daquilo que os brasileiros MERECEM ter no próximo ocupante do Palácio do Planalto”.

O também colunista da Veja, Rodrigo Constantino que havia escrito um texto em sua coluna onde destacava a importância de Bolsonaro no Congresso, ao atuar como o “exercito de um homem só”. Disse que muitos leitores começaram a pedir que ele escrevesse em apoio à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência tomando-o indevidamente como um grande fã do deputado. Constantino então escreveu o texto: Bolsonaro presidente? Muita calma nessa hora! Explicando porque Bolsonaro não pode ser presidente. Veja abaixo trechos do que escreveu Constantino:

“Bolsonaro tem seu papel, que é justamente o de combater com estridência a maré vermelha, os comunistas e socialistas que vestiram novas embalagens, mas continuam com o mesmo objetivo. O fato de ele não aparentar ter pretensões majoritárias até o momento fez com que ele pudesse radicalizar nesse nicho, atuando quase isolado (daí minha analogia com o exército de um homem só).

Mas presidência é outra história. Exige acordo com a base aliada, tolerância, algum jogo de cintura, saber contemporizar, respeitar opiniões divergentes, ou seja, tudo aquilo que o PT não sabe fazer. Bolsonaro saberia? Pouco provável. Seu tom não é o de um conciliador ou agregador, mas o de resistência, de alguém que existe politicamente para ser um obstáculo a um mal maior, não para liderar o país na direção correta”.

Se é piada não se sabe, mas tem muita gente que apoia a candidatura de Jair Bolsonaro a Presidência da República. O que resta é esperar pra ver no que vai dar. E você, o que acha? Dê a sua opinião.