Debate das Dez: Magno Martins e o lançamento de Reféns da Seca

Hoje (20), nos estúdios da Pajeú, o jornalista Magno Martins falou no Debate das Dez sobre o lançamento de seu livro, Reféns da Seca.

O livro tem tido ampla repercussão e Magno detalhou como foi a produção, a repercussão e da expectativa de lançar o livro em sua terra natal.

Depois de rodar seis mil quilômetros pelo Nordeste brasileiro, o jornalista Magno Martins lançou o livro-reportagem Reféns da seca (Carpe Diem, R$ 70), onde investiga os efeitos da maior estiagem em 50 anos. Estima-se que mais de 22 milhões de pessoas foram atingidas em 1,4 mil municípios, o que representa R$ 6,8 bilhões em perdas.

O livro tem 20 capítulos e narra o drama de mais de 100 personagens que sofrem com o fenômeno climatológico. Magno Martins também é autor de O Nordeste que deu certo, O lixo do poder e A derrota não anunciada.

O livro será lançado hoje (20) em Afogados da Ingazeira em uma noite de autógrafos nos jardins do Hotel Brotas, às 19 horas.

50% da renda dos livros vendidos serão revertidos para uma instituição de caridade, a Asavap, que cuida de idosos no município.

Magno disse que a repercussão do livro tem sido muito boa, além do que ele imaginava.

Disse também que o livro tem o propósito de colocar em permanente discussão e não deixar a temática da maior seca dos últimos 50 anos esmorecer.

“Tem que ficar presente na mídia nacional, tem que gerar e reacender também esse debate em torno da indústria da seca”, disse Magno.

Magno disse que esta é uma seca diferente, onde não se vê pessoas morrendo de fome, e que isso se deve em função dos programas sociais.

Magnos disse que o que se vê é o rebanho bovino ser dizimado, informou que 30% do rebanho do Nordeste foi perdido, isso representa 6 milhões de cabeças de gado que já morreram em função da seca e que em Pernambuco é ainda pior tendo perdido 40% do rebanho bovino.

“Isso é um dado que choca, é um dado preocupante porque você ao longo da região atingida pela seca, muitos pecuaristas deixando a atividade porque não se tem mais condições de criar nessa região da seca, é preciso procurar alternativa, principalmente porque àqueles que insistiram, na criação do rebanho bovino, estão pagando um preço muito caro, estão endividados e o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil e os bancos oficiais ao invés de negociar ou perdoar algumas dividas estão executando a divida desses pecuaristas” disse Martins.

Magno disse que tomou a iniciativa de fazer essa viagem de 7.200km, pegando Pernambuco, um pouco da divisa do Ceará e Paraíba, onde foram as áreas atingidas pela seca em novembro de 2012, quando achou que a mídia nacional estava acomodada.

Magno disse que ainda não havia percebido a gravidade da seca e que o roteiro começou praticamente pela região metropolitana de Recife, disse ainda que a seca atingiu cidades como Vitória de Santo Antão e Gravatá, algo que nunca havia acontecido antes.

Magno disse que a medida que ia entrando cada vez mais para o interior a situação ia ficando cada vez pior.

Magno disse ainda que ficou chocado quando viu a Barragem de Brotas totalmente seca, disse que foi uma cena impressionante.

Magno relatou ainda quando esteve em Serrita, na fazenda de um pecuarista que tinha perdido mais de 500 cabeças de gado, disse que ficou chocado com o cemitério de animais mortos no pátio da fazenda.

“No dia em que eu cheguei lá, havia mais de 150 rezes entre bois, vacas e bezerros, todos mortos de fome pela seca, uma carniça horrorosa”, disse Magno.

Magno disse que ficou feliz, pois quando em visita a esta fazenda foi feito um vídeo que após colocado no Youtube e seu blog, com dois dias depois a TV Globo foi até o local e fez uma reportagem e isso fez com que o pais tomasse conhecimento da gravidade da seca na região.

O áudio do debate você escuta na integra logo abaixo:

 

 

 

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