Aluno da rede pública passaria sem cota em 11% dos cursos do Sisu
Esse é o percentual para a modalidade sem distinção de raça e renda.
Dados obtidos pelo G1 mostram influência da reserva de vagas na seleção.
Alunos que cursaram todo o ensino médio em escola pública, sem distinção de raça e renda, e passaram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no início do ano por meio das cotas conseguiram fazer a nota de corte ultrapassar a dos não cotistas em 11% dos cursos na primeira chamada. Isso significa que, nesses cursos, todos os cotistas passariam na primeira convocação mesmo se não contassem com a reserva de vagas. É o que mostra levantamento feito pelo G1 com base nos dados do Ministério da Educação (MEC), obtidos após pedido via Lei de Acesso à Informação.
Segundo o Sisu, a nota de corte é calculada para cada curso “com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência”. Ou seja, um mesmo curso terá nota de corte diferente para candidatos segundo a ampla concorrência (onde não há reserva de vagas) e segundo as diferentes cotas.
Na última edição do sistema, em 89% dos cursos a política de cotas permitiu a aprovação de estudantes de escola pública sem distinção de raça e renda que concorreram a vagas reservadas e tiveram uma nota de corte menor que a geral. A lei federal prevê quatro tipos de cotas: 1) para alunos de escola pública; 2) para alunos de escola pública que tenham renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo; 3) para alunos de escola pública que se declarem negros, pardos ou indígenas; e 4) para alunos de escola pública que tenham renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo e também se declarem negros, pardos ou índios.