Egito terá eleição presidencial antes das parlamentares, diz presidente

Adly Mansour disse que decisão foi motivada por pedido de partidos.

Determinação muda roteiro decretado por autoridades após saída de Morsi.

O presidente interino do Egito, Adly Mansour, anunciou neste domingo (26) que modificou o roteiro decretado pelos autoridades após a destituição militar de Mohamed Morsi, em julho do ano passado, para que as eleições presidenciais aconteçam antes das parlamentares.

O pleito deve ocorrer em meados de abril, em um calendário favorável ao general Abdel Fattah al-Sissi, chefe do exército e homem forte do país.

Mansour realizou o anúncio em discurso à nação no qual disse que tomou a decisão após receber esse pedido em suas consultas com partidos políticos e outras partes envolvidas.

Para os analistas, a eleição do presidente antes dos parlamentares deve favorecer o general al-Sissi – personalidade mais popular do Egito desde o anúncio da deposição de Mursi, em 3 de julho de 2013.

Organizar eleições presidenciais antes das legislativas poderia ter um impacto nos resultados, segundo alguns especialistas, já que os candidatos tentarão estabelecer alianças com o presidente eleito a fim de ganhar votos.

Mansour também assegurou que tomará “medidas excepcionais e extraordinárias se a situação requerer” para restaurar a segurança e a estabilidade no país.

Nesse sentido, instou os tribunais a acelerar os julgamentos contra os processados por sua relação com o terrorismo e pediu ao procurador-geral que revise os casos de todos os detidos, especialmente dos estudantes universitários detidos nos recentes confrontos nos campus egípcios.

Protestos
O anúncio ocorre um dia após o aniversário de três anos da revolução que tirou do poder o então presidente Hosni Mubarak.

As comemorações se transformaram em manifestações que pediram que o chefe das forças armadas e novo homem forte do país, o general Abdel Fatah al Sisi, seja candidato à presidência.

Também houve conflitos, principalmente envolvendo apoiadores de Morsi, e pelo menos 49 pessoas morreram.

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