Homem morre no Recife após ser atingido por vidro de estação BRT

Acidente ocorreu no dia em que o sistema de ônibus começou a funcionar.
Samu foi chamado mas, quando chegou ao local, vítima estava morta.

Um homem morreu após ser atingido por um vidro que estava sendo colocado em uma estação de sistema Bus Rapid Transport (BRT), no centro do Recife. O sistema BRT começou a operar no sábado (7), com apenas duas das 16 estações previstas inicialmente prontas. No mesmo dia, às 20h, ocorreu o acidente que matou Marcelo Lucio Marcelino da Silva, de 43 anos, no trecho entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Rua das Ninfas.

Marcelo trabalhava em uma banca de jogo do bicho no centro da cidade. O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), no Recife. A irmã e o cunhado da vítima – a diarista Lucineide Marcelino da Silva e o técnico de segurança Nilton Goldin – reclamaram dos funcionários e da pressa em terminar a obra em tempo para a Copa do Mundo.

De acordo com testemunhas, o local não estava interditado quando o acidente aconteceu. “Fui com o perito ao local e ele atestou não só uma falha, mas diversas, encontradas no projeto, não só na colocação dos vidros”, afirmou o delegado Gilderlei Gondim. Marcelo morreu no local, antes que chegasse o Samu, chamado por pessoas que estavam por perto.
O caso foi registrado na Central de Plantão da Polícia Civil, no Recife. Dois homens chegaram a ser detidos por homicídio culposo, mas foram soltos após o pagamento de uma fiança de R$ 10 mil cada.

“É uma cadeia de responsabilidades que começa desde o primeiro momento, com o consórcio, até o último, que foi o rapaz que colocou o vidro e veio a cair, e cometer o homicídio”, esclareceu o delegado. Foram autuados o dono da empresa que assumiu o projeto e um contratado dele para instalar os vidros. “Quando da conclusão do inquérito, não só ele mas outras pessoas poderão ser indiciadas”, alertou Gondim.

Comissão interna
Enéas Cavalcante, advogado do consórcio Mendes Júnior, responsável pelas obras, afirmou que uma análise será feita sobre o acidente. “Instauramos uma comissão para analisar o acidente, se houve falha técnica, se há alguma irregularidade da empresa contratada. Se ficar comprovado, no curso dessas investigações internas, que a empresa foi a causadora da morte, ela poderá ter seu contrato reincidido”, disse Cavalcante.

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