Homenagens a Reginaldo Rossi e ao frevo coroam início da folia no Recife

Antônio Nóbrega, Elba Ramalho e Lenine foram alguns dos artistas no palco.
Festa começou com cortejos de maracatus e Naná Vasconcelos.

Uma noite de mistura de ritmos para honrar a diversidade do carnaval recifense. A abertura do carnaval da capital pernambucana, iniciada nesta sexta-feira (28) e expandida até a madrugada do sábado (1º) trouxe o frevo em suas mais diversas vertentes em uma homenagem comandada pelo maestro Spok e com a presença do multiartista Antônio Nóbrega,  Elba Ramalho, Lenine e de vários outros cantores, músicos e compositores. No encerramento, Silvério Pessoa e a Sir Rossi fizeram uma homenagem ao eterno Rei do Brega, Reginaldo Rossi.

A emoção tomava conta do público quando Silvério subiu ao palco, após a meia-noite, óculos escuros no melhor estilo Reginaldo Rossi. O público vibrava como se o próprio Rei tivesse voltado e comandasse a festa. “Reginaldo combina com carnaval, tem tudo a ver. A gente ficou órfão quando ele se foi, mas o céu ganhou mais uma estrela”, afirma a estudante Lilian Nascimento.

Os sucessos do Rei como ‘Borogodá’, ‘A raposa e as uvas’, ‘Lua de mel’, ‘Garçom’, ‘Mon amour, Meu bem, Ma femme’ e ‘Leviana’ ajudaram a matar a saudade, assim como as gravações antigas de Reginaldo Rossi que anunciavam as canções. A auxiliar jurídica Maria Augusta Bastos fazia até mesmo coreografia para acompanhar as canções. “É como se ele estivesse vivo, aqui de novo”, comentou.

Sob a batuta de Silvério Pessoa, que misturou seu estilo às peripécias de Reginaldo, o Marco Zero virou realmente um grande bailinho. “Vamos dançar, vamos nos divertir”, incitava o cantor, sendo prontamento atendido pelo público. Os casais se multiplicavam na multidão, entre abraços e danças apertadas pelo espaço tumultuado.

Pouco mais cedo, quem subiu ao palco foi o Quinteto Violado, com o show “Eu disse Freeevo”. Misturando hits como ‘Morena Tropicana’, Hino do Elefante e ‘Voltei Recife’ a canções próprias, o grupo passeou pelas variedades do ritmo, prestando uma homenagem ao estado e animando o público.

No início da noite
A festa no Marco Zero da capital pernambucana começou com a apresentação de Naná Vasconcelos, acompanhado de 11 nações de maracatu, emocionando recifenses e turistas. “Essa é a essência do povo pernambucano, todo pernambucano tem um pouco da África e os maracatus representam isso”, defende a técnica em enfermagem Jane Lopes.

Logo após os maracatus, foi a vez do homenageado do carnaval, Antônio Nóbrega, subir ao palco com Spok e a orquestra para iniciar a festa do frevo. O cantor Claudionor Germano, um recordista em gravações de frevo, mostrou que os 80 anos em nada diminuíram sua animação. Ele frevou e fez o público cantar clássicos como ‘Oh, Bela’ e ‘Trombone de prata’, além de ‘Recife Lendária’.

Os artistas se revezeram promovendo encontros dos mais diversos no palco. Fábio Trummer, Nena Queiroga e Zé Brown casaram manguebeat com rap e frevo em “Quando a Maré Encher”, música que ganhou o mundo com a Nação Zumbi. A mistura agradou a funcionária pública Luzia Nacimento. “Eu nunca imaginei que poderia ficar tão bom assim. Gostei, é a oportunidade de conhecer coisas novas”, avalia.

Nena Queiroga convidou em seguida Elba Ramalho, que assumiu a  homenagem ao compositor Carlos Fernando, falecido em 2013. Com ‘Banho de Cheiro’, o público aplaudiu e cantou, ainda mais com a canção emendando com ‘Leão do Norte’, tendo Lenine como convidado.

O homenageado da festa, Antônio Nóbrega, fez questão de dividir a noite especial lembrando de músicos e compositores que deixaram os pernambucanos um pouco órfãos. Reginaldo Rossi, Dominguinhos e José Menezes foram lembrados com carinho, com uma grande festa no palco, dominado ao fim por passistas e artistas, como o Coral Edgar Morais, Getúlio Cavalcanti, Almir Rouche e André Rio, entre outros.

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