Irã anuncia acordo com a AIEA para inspeção de central nuclear

Central de Arak possui um reator de água pesada.
Anúncio foi feito após reunião com diretor da agência nuclear da ONU.

O governo do Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estabeleceram um “mapa do caminho” que prevê a inspeção da central de Arak, que inclui um reator de água pesada, anunciou o diretor da Organização Nuclear Iraniana, Ali Akbar Salehi.

Salehi fez o anúncio ao fim de uma reunião com o diretor da AIEA, Yukiya Amano, que está em Teerã.

O acordo abre caminho para inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visitarem o reator de água pesada de Arak e a mina de urânio de Gachin, e para que medidas exigidas pela agência sejam implementadas.

“As medidas práticas serão implementadas nos próximos três meses, a contar de hoje”, disse o diretor da AIEA, Yukiya Amano, em entrevista coletiva em Teerã, veiculada pela TV estatal.

França
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse ter esperança em um acordo com o Irã sobre o programa nuclear iraniano, embora Teerã ainda tenha que fazer um esforço em alguns pontos.

“Nós não estamos longe de um acordo com os iranianos, mas ainda não chegamos lá”, disse Fabius à rádio Europe 1.

A maratona de negociações entre o P5+1 –os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais a Alemanha– e o Irã, no sábado, não chegou a um acordo. Os lados marcaram um novo encontro para 20 de novembro.

Alguns diplomatas acusaram a França de arrogância durante as conversações em Genebra no fim de semana, algo que Fabius negou, dizendo que Paris não estava isolada, mas teve uma política externa independente.

“Estamos firmes, mas não rígidos. Nós queremos paz, e nós queremos chegar ao final”, afirmou.

Fabius voltou a dizer que o Irã deve suspender a construção do reator de água pesada de Arak e interromper o enriquecimento de urânio a 20 por cento de concentração em troca de um abrandamento das sanções internacionais impostas à economia iraniana — uma posição adotada por Paris há bastante tempo.

Ele se recusou a entrar em detalhes específicos sobre o que está travando a negociação.

“Tenho esperança de que vamos chegar a um bom acordo. Queremos um acordo que garanta estabilidade regional e internacional”, disse Fabius. “Se não chegarmos a um acordo, será um problema considerável em poucos meses.”

Do G1

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