Presidente das Filipinas contesta número de mortos por supertufão

Haiyan matou 2.000, não 10 mil, disse Benigno Aquino.
País vai precisar de US$ 301 milhões em ajuda humanitária, diz ONU.

O número de mortes provocadas pela passagem do supertufão nas Filipinas é provavelmente de 2.000 ou 2.500, mas não os 10 mil citados pela polícia e pela ONU, afirmou o presidente do país, Benigno Aquino, em entrevista à CNN nesta terça-feira (12).

“O número que eu tenho neste momento é de cerca de 2.000, mas pode ser ainda maior”, disse Aquino à repórter Christiane Amanpour em entrevista publicada no site da CNN na Internet.

“Dez mil, eu acho, é muito”, ele disse à CNN. “Houve um drama emocional envolvido nesta estimativa em particular.”

Aquino disse que o governo ainda está reunindo informações de várias áreas atingidas.

“Esperamos ser capazes de entrar em contato com cerca de 29 municípios que ainda temos que estabelecer seus números, especialmente de desaparecidos, mas até agora 2.000, cerca de 2.500, é o número que estamos trabalhando em relação às mortes”, afirmou.

Os comentários de Aquino foram feitos no momento em que grupos de ajuda internacional, assim como Estados Unidos e Grã-Bretanha, trabalham para acelerar os esforços de ajuda.

Ajuda humanitária
As Filipinas vão necessitar de US$ 301 milhões em ajuda humanitária após a passagem de Haiyan, segundo as agências humanitárias da ONU.

O dinheiro será empregado ao longo de seis meses, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

“Acabamos de lançar um plano de ação centrado em alimentação, saúde, saneamento, alojamento, retirada de escombros e proteção dos mais vulneráveis”, explicou Valerie Amos, chefe de operações humanitárias da ONU.

Ela elogiou a resposta da comunidade internacional à catástrofe que atingiu o arquipélago na sexta passada, mas disse que mais ajuda é necessária.

A passagem de Haiyan provocou destruição no arquipélago, matando pelo menos 10 mil pessoas e deixando 660 mil desabrigados, segundo a ONU

“Sabemos que as pessoas estão sendo ajudadas, mas também sabemos que, dado o alcance do desastre, precisamos manter a ajuda”, disse Valerie.

“O plano de ação estabelece o que se necessita em uma série de âmbitos”, disse.

Ela afirmou que, no presente momento, é muito difícil determinar quais são as necessidades imediatas, porque é muito difícil chegar a algumas das regiões afetadas.

FAO
Apenas a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu à comunidade internacional US$ 24 milhões. Em um comunicado divulgado em Roma, sede da organização, a FAO anunciou que “fará todo o possível para apoiar o governo filipino no processo de reconstrução e de resiliência”, declarou seu diretor, o brasileiro José Graziano da Silva.

“A segurança alimentar e os meios de subsistência estão ameaçados”, ressaltou a FAO, depois de pedir a ajuda de emergência.

“O supertufão Haiyan deixou um rastro de destruição. Perdemos milhares de vidas. A devastação causada no país, incluindo sobre a agricultura, pesca e silvicultura, ameaça as vidas e o sustento de muitas mais pessoas e pode ter amplas implicações na cadeia de abastecimento e segurança alimentar”, explicou o diretor.

A organização já arrecadou mais de US$ 1 milhão de seus próprios recursos.

A FAO enviou especialistas e usará o montante já desbloqueado para as necessidades imediatas, como sementes e fertilizantes.

“Será necessário um montante inicial de US$ 24 milhões para ações de emergência e reconstrução, incluindo a reconstrução de instalações de armazenamento e de irrigação, e apoio às comunidades de pescadores”, disse ele em uma nota.

A Organização irá realizar uma avaliação completa dos danos causados à agricultura e pesca “tão logo a situação no terreno permita”, disse.

Do G1

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