Rússia tem propostas para resolver situação na Ucrânia, diz chanceler

Sergei Lavrov disse que propostas levam em conta interesses da Ucrânia.

Península da Crimeia marcou referendo sobre adesão à Rússia.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira (10) que a Rússia elaborou propostas para levar a situação ucraniana a um quadro legislativo que leve em conta todos os interesses do país.

As propostas “apontam para levar a situação aos marcos do direito internacional, tomando em conta os interesses de todos os ucranianos sem exceção”, disse Lavrov em reunião de trabalho com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“Confio que depois disso poderemos entregar as propostas a nossos parceiros a fim de continuar o diálogo”, afirmou Lavrov, segundo a agência “Itar-Tass”, que precisou que o encontro do titular das Relações Exteriores e o chefe do Estado foi realizado em Sochi, cidade russa nas margens de Mar Negro.

Lavrov também relatou ter convidado o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Jerry, para visitar a Rússia e continuar as conversas sobre a situação. Kerry, entretanto, disse querer adiar a visita, afirmou Lavrov.

Lavrov e Kerry tiveram vários contatos nos últimos dias para tentar superar suas divergências a respeito da Ucrânia.

O russo indicou que na sexta-feira seu colega americano lhe transmitiu propostas por escrito para uma solução da crise ucraniana que não satisfazem Moscou, pois são formuladas “como se existisse um conflito entre Rússia e Ucrânia”.

Além disso, o chanceler russo acrescentou que a concepção das propostas dos EUA, cujo conteúdo não foi revelado, se baseiam em “fatos consumados” e propõem “tomar como ponto de partida a situação criada pelo golpe de Estado” na Ucrânia, em alusão à revolta popular que varreu o regime do presidente Viktor Yanukovich.

Lavrov comunicou ao chefe do Kremlin que os parceiros europeus da Rússia acreditam que Moscou e Washington devem explorar diretamente e em conjunto vias de regra para situação na Ucrânia “aceitáveis para todos”.

A crise ucraniana, que começou há mais de três meses, foi marcada basicamente pela destituição do então presidente Viktor Yanukovytch, que partiu para a Rússia.

A instabilidade política na região sofreu uma reviravolta recente com os movimentos de tropas russas na Crimeia e o anúncio de um referendo sobre a anexação dessa península autônoma ucraniana à Rússia. O referendo será realizado em 16 de março.

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