‘Ministro que desdenha do parlamento deve ser convocado’, diz Campos
Governador de PE comentou crise na base aliada nesta quarta-feira (12).
Segundo ele, postura do PSB, partido que preside, no caso será de ‘equilíbrio’.
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, comentou, nesta quarta-feira (12), no Recife, a crise na base aliada do governo federal e a convocação de ministros à Câmara dos Deputados. De acordo com ele, os socialistas vão votar a favor de iniciativas do tipo sempre que algum ministro “desdenhar do parlamento”.
“A nossa postura será de equilíbrio: se tem um ministro que se dispõe a ir, não precisa ser convocado; se tem um ministro que desdenha do parlamento, que não atende os parlamentares, que não responde os pedidos de informação, esse deve ser convocado e vai ter, com certeza, o voto da nossa bancada”, afirmou.
Segundo Campos, a posição do PSB no Congresso será balizada pelo equilíbrio e não se pode confundir a atuação do partido com as “lutas da base aliada”. “Os problemas da base são os problemas da base”, asseverou. O governador ainda disse que, quando o diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo não está bom, é possível evitar as convocações formais colocando os ministros à disposição dos parlamentares.
“Eu acho que ou estavam convocando de menos, ou estão convocando demais. Eu fui ministro e sempre fui ao Congresso, nunca precisei ser convocado, porque todas as vezes me ofereci quando tinha algum problema na comissão”, pontuou. As declarações foram dadas durante as festividades de comemoração do aniversário do Recife, que completou 477 anos.
Nesta quarta (12), o bloco de partidos aliados insatisfeitos com o Planalto ajudou a aprovar a convocação ao Legislativo de quatro ministros e o envio de convites a outros seis. Por terem sido convocados, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Manoel Dias (Trabalho) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) serão obrigados a ir à Câmara em data ainda a ser agendada.
Já a dirigente da Petrobras, Maria da Graça Foster, e os ministros Aldo Rebelo (Esportes), Arthur Chioro (Saúde), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Francisco Teixeira (Integração Nacional) e Moreira Franco (Aviação Civil) não têm obrigação legal de ir ao Legislativo. Nesses sete casos, o PT conseguiu negociar a aprovação de um convite. O prazo regimental para eles irem à Câmara é de até 30 dias.