Justiça realiza júri de mais 15 PMs acusados por mortes no Carandiru
Eles respondem por mortes de oito presos no terceiro andar.
Massacre ocorreu em outubro de 1992 e deixou 111 mortos.
A Justiça retomará nesta segunda-feira (31), a partir das 9h, a última etapa do julgamento de policiais militares acusados pelo massacre do Carandiru, ocorrido em outubro de 1992. Os jurados vão ouvir 11 testemunhas e julgar 15 réus pelas mortes de oito detentos, ocorridas no terceiro andar do complexo penitenciário.
O julgamento, que acontece no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, foi dividido em quatro blocos, de acordo com as ações da polícia em cada um dos quatro andares do presídio. Essa etapa do julgamento deveria ter sido realizada em fevereiro, mas foi adiada para o final porque o advogado dos réus abandonou o plenário, provocando a dissolução do conselho de sentença.
O massacre do Carandiru ocorreu em outubro de 1992, na Casa de Detenção de São Paulo. Ao todo, 111 presos foram mortos. Os processos possuem mais de 70 volumes e aproximadamente 16 mil folhas.
No terceiro julgamento, encerrado em 19 de março de 2014, após três dias de júri, nove policiais militares foram condenados a 96 anos de prisão e um PM, a 104 anos de prisão. Eles foram acusados pela morte de 10 presos, mas os jurados entenderam que tiveram participação em oito mortes.
No segundo julgamento, em agosto de 2013, 25 PMs foram condenados a 624 anos de cadeia, acusados pelo assassinato de 52 presos. No primeiro, ocorrido em abril de 2013, 23 policiais militares foram condenados a 156 anos de prisão pela morte de 13 presos.
Antes desses júris, somente um acusado havia sido julgado desde o massacre: o comandante de operação, coronel Ubiratan Guimarães. Ele foi condenado em 2001 a 632 anos de prisão, em júri popular, por ter dirigido a ação.
Em 2006, o júri foi anulado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça. Meses depois da absolvição, Ubiratan foi morto a tiros no apartamento onde morava, nos Jardins.