Confiante em títulos com Alonso, Ferrari relembra jejum de Schumi
Domenicali rebate especulações de saída do espanhol e compara falta de taças a primeiros anos de heptacampeão na escuderia: ‘Venceremos juntos’
Uma conversa em particular do empresário de Fernando Alonso com o chefe da RBR no fim da semana do GP da Hungria, em julho, seguida de um puxão de orelhas públicos do presidente da Ferrari Luca di Montezemolo: ingredientes suficientes por fim ao mar de rosas que era a parceria entre escuderia italiana e piloto espanhol. Soma-se a isso a ameaça da soberania do espanhol na casa com a chegada de Kimi Raikkonen em2014, além das recorrentes declarações do chefe da McLaren de interesse no bicampeão, o futuro de Alonso com a Ferrari, mesmo com contrato válido até 2016, passou de certo a duvidoso. Mas em meio a tudo isso, piloto e equipe tratam de reafirmar o compromisso. Agora foi a vez do chefe do time, Stefano Domenicali, em entrevista ao jornal espanhol “As”, reforçar o vínculo:
– Nós queremos ganhar com Alonso. Dissemos isso desde o início. Tivemos perto em duas ocasiões. Agora é a hora de fazer. Ferrari e Fernando tem que se manter unidos. É um desafio que temos juntos. Ele sempre disse isso. E não sei de onde vêm esses relatos que sugerem o contrário, que as coisas devem mudar no futuro. Vai mudar sim, mas não de equipe – declarou Domenicali, que também disse não saber o que houve entre Alonso e RBR e minimizou o episódio.
‘Schumacher chegou em 1996 e só venceu em 2000’
Bicampeão em 2005 e 2006 com a Renault, Alonso está no time em 2010 e foi vice-campeão em duas ocasiões (2010 e 2012), perdendo o título para Sebastian Vettel na última corrida. Questionado se a falta de títulos do espanhol com a Ferrari poderia influenciar em uma possível saída do piloto, Domenicali comparou o período aos primeiros anos de Michael Schumacher na escuderia, antes da sequência de cinco títulos mundiais. O alemão heptacampeão chegou ao time em 1996 e após derrotas em quatro temporadas, enfim ganhou sua primeira taça em 2000, para depois emendar mais quatro títulos seguidos.
– Nós somos muito latinos, muito impacientes. Eu estou na Ferrari desde 1993. E o Michael Schumacher finalmente venceu em 2000. Ele tinha chegado em 1996. Precisamos ver os resultados de um outro ângulo, de outra perspectiva. A história de Fernando com a Ferrari até hoje é um conto de dois campeonatos perdidos na última corrida. E se tivéssemos vencido pelo menos um desses teria sido fantástico. Infelizmente, não aconteceu. É preciso um pouco de racionalidade. Italianos e espanhóis… De racionalidade temos zero ou 0,5%. Mas o nosso objetivo é 1000% ganhar com Fernando – reforçou.
Domenicali também mostrou confiança que o piloto de 32 anos defenderá a Ferrari até o fim de sua carreira na Fórmula 1.
– Espero que sim. Seria bonito. Fernando também disse isso. E é preciso dar crédito às palavras dele. E a lógica diz que venceremos juntos – disse ele, lembrando das recorrentes juras de amor do espanhol ao time de Maranello.
Por outro lado, o dirigente garantiu que entenderá caso Alonso, um dia, decida trocar de equipe.
– Entenderia. Ele é o melhor piloto, é um piloto bicampeão e se sente assim. É normal que queira a oportunidade de provar a si mesmo com um carro mais competitivo – disse ele, dizendo mais uma vez que Fernando é o melhor piloto da F-1 e que levaria a melhor em um duelo particular com Sebastian Vettel, com as mesmas condições de equipamento.
E para Domenicali é a própria Ferrari que dará o tal carro mais competitivo.
– Lutaremos pelo título no próximo ano. 100% certo – garantiu.
De: G1