Desertificação do Sertão – “É necessário que a gente permaneça discutindo o tema”. Falou Carlos Cavalcante secretário de meio ambiente do Estado
Hoje se comemora o dia da Caatinga e para tratar de assuntos como: o ecossistema, o impacto do desmatamento na região, se há risco do Sertão virar deserto e se o aumento das secas é própria da região ou se a mão do homem ajudou a complicar a situação, nos estúdios da Pajeú o secretário de meio ambiente estadual Carlos Cavalcante, Adelmo Santos do PDHC, Riva Almeida do Centro Sabiá e Paulo Almeida presidente do CPRH.
A caatinga é uma formação vegetal que podemos encontrar na região do semiárido nordestino. Está presente também nas regiões extremo norte de Minas Gerais e sul dos estados do Maranhão e Piauí. A caatinga é típica de regiões com baixo índice de chuvas (presença de solo seco).
Tem como características a forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas; presença de cactos e bromélias; os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca e as folhas deste tipo de vegetação são de tamanho pequeno.
A Fauna da caatinga, ao contrário do que muitos pensam, é muito rica. Existem centenas de espécies vivendo neste bioma. Podemos citar entre as principais:
Veado-catingueiro, preá, gambá, sapo-cururu, cutia, tatupeba, ararinha-azul, asa branca e sagui-de-tufos-brancos.
Já na vegetação podemos citar exemplos de arbustos: aroeira, angico e juazeiro; bromélias como a caroá e cactos: mandacaru, xique-xique e xique-xique do sertão.
Em função da criação de gado extensivo na região, pesquisadores estão alertando para a diminuição deste tipo de formação vegetativa. Em alguns locais do semiárido já são encontradas regiões com características de deserto.
Sobre a sua vinda a região, Carlos Cavalcante disse que estão realizando o trabalho de difundir a convivência com o semiárido.
“A ideia é fazer uma visita ao projeto Base Zero aqui em Afogados da Ingazeira, a gente sabe que alguns resultados foram apresentados com esse projeto, mas nós acreditamos que um conjunto de tecnologias, um conjunto de métodos de convivência com o semiárido precisa ser multiplicado, precisa dar reforço e o Governo de Pernambuco por meio da Secretaria de Meio Ambiente tem algumas ações também em curso e gostaríamos de fazer um planejamento, uma articulação mais ousada para que realmente a gente possa fazer rapidamente a multiplicação desses esforços”. Disse Carlos Cavalcante.
Cavalcante disse que apesar de estar em poucos dias no cargo, já vem acompanhando a situação e falou que um dos temas da Secretaria é a questão da mudança climática e tem tudo a ver com a situação que se passa hoje. Cavalcante também falou que o semiárido é uma região mais vulnerável a este tipo de situação tem um mapa com as áreas de vulnerabilidade do semiárido pernambucano e que é um processo que já estão iniciando, identificando quais são as áreas mais criticas e fazendo um planejamento específico para as mesmas.
Cavalcante disse que a secretaria tem um programa de desenvolvimento das unidades de conservação que consiste em criar áreas protegidas no semiárido.
“Já criamos cinco unidades de conservação, a ideia é chegar ao número de quinze até o final de 2014”, informou Cavalcante.
Sobre o quadro de risco em relação ao processo de desertificação, Cavalcante disse que os dados e os estudos mostram que se está se encaminhando para este processo e que a tendência é que se tenha os fenômenos intensificados ou seja períodos de estiagem maiores, chuvas mais intensas em curtos períodos de tempo.
“Esse processo vai exigir que a sociedade se adapte a essas novas condições. É necessário que a gente permaneça sistematicamente discutindo o tema, não é um tema que deva ser discutido apenas nos períodos críticos”, alertou Cavalcante.
Ouça abaixo o Debate na íntegra:
Em última análise, a verdade nua e crua é que os recursos naturais do Sertão são insuficientes, e bote insuficiência nisso, para atender as demandas duma população tão grande e com hábitos de consumo tão desregrados. É uma região inviável! Precisava de uma moratória! Ficar desabitada por ao menos 200 anos.