Afogados da Ingazeira // As demandas da Política Habitacional
Nos últimos dias tem havido um aumento considerável de pessoas que procuram a Rádio Pajeú, reclamando da politica habitacional do município de Afogados da Ingazeira. No foco das discussões está o recém-criado Conjunto Habitacional Laura Ramos. Algumas pessoas estão questionando a forma e as pessoas que foram contempladas pelo projeto de moradia popular, dentre as principais denuncias a que tem sido mais levantada é o fato de haverem casas vazias enquanto se tem um grande número de pessoas na fila de espera pela moradia própria. Outra denúncia constante é o fato de algumas pessoas terem sido contempladas, mas não se encaixarem nos critérios do programa.
Para responder às denúncias e tentar esclarecer o que está acontecendo no Laura Ramos, hoje nos estúdios da Pajeú a secretária de Assistência Social Joana D’arc, que aproveitou o momento e passou informações sobre a atual realidade do bairro e falou dos desafios pós entrega das chaves.
Desafios
Sobre os desafios Joana falou que achava que com a entrega das chaves ficaria tudo mais tranquilo, mais sossegado, só que no último mês cresceu de uma forma volumosa a demanda das mulheres por casa.
Joana falou que foram entregues 207 casas, sendo que o cadastro não foi feito pela Secretaria, que apenas refez esse cadastro retirando algumas mulheres que não se encaixavam no perfil de contemplação.
“De um mês para cá é tão grande o desespero e o sofrimento das mulheres que vão para a Secretaria de Assistência Social, elas choram, elas não tem casa pra morar, estão sem alimentos, só tem o bolsa família e eu não tenho mais casas disponíveis, no Laura Ramos”, disse Joana.
Joana relatou que vai ao local todas as noites fiscalizar para saber se quem está morando é a verdadeira dona da casa se houve algum tipo de negociação, se por acaso apenas colocou algumas coisas na casa, mas não está morando em definitivo. “tem três de casos de famílias que apenas colocaram os seus pertences nas casas, mas que ainda não se mudaram”, relatou.
Joana disse também que ontem (06) foi flagrado a negociação de uma das casas e que ela tomou a chave do proprietário.
Casas vazias
Joana disse que existem apenas duas casas vazias, sendo uma da Quadra B, número 99, que está na justiça, pois foi detectado que a contemplada já possuía imóvel e a outra na Quadra G, número 173, “está última está vazia, mas provavelmente não por muito tempo”.
Joana explicou que tem mulheres que chegam em casa muito tarde porque trabalham, então essas casas ficam vazias o dia todo, mas isso não quer dizer que as casas estão fechadas e mais uma vez destacou que não tem mais casas no Laura Ramos para contemplar.
Reportagem
Em loco o repórter Celso Brandão foi averiguar as denúncias sobre as supostas casas que estariam vazias. Celso foi informado que as casas 155,158,162,168 e 92 estariam desabitadas. Os moradores disseram que nunca viram moradores nas referidas casas o que pode ser constado por Celso que visitou a todas e não achou ninguém.
Celso ainda recebeu denúncias de que algumas pessoas estariam usando as casas apenas aos finais de semana para realizar festas.
Joana explicou que fora a casa 155 que é o caso de uma mulher que ficou viúva recentemente ao qual está sendo aguardada uma definição e a 92 que já havia dito antes está em juízo todas as outras tem moradores, o que acontece é que algumas dessas mulheres trabalham em casa de família e as vezes dormem no serviço o que leva erroneamente a dedução de que a casa estaria vazia.
A população não se convenceu e continuaram a fazer denúncias sobre haver casas vazias, inclusive partindo de moradores do próprio bairro.
Joana então disse que se a população acha que realmente existem estas casas vazias que fizessem denúncias por escrito.
Joana também falou que existem alguns contemplados que não querem se mudar por terem achado as casas pequenas, mas que serão tomadas medidas e se essas pessoas não se mudarem perderão as casas.
Problemas
Em reportagem de Celso Brandão, também foram constatados outros problemas no bairro. Moradores da comunidade disseram a Celso que há carros e motos passando em alta velocidade pelo local, inclusive causando um atropelamento, eles pedem algum que seja construído algum tipo de barreira para forçar com que os condutores desses veículos sejam obrigados a andar em velocidade mais baixa, também foi relatado o caso de um motoqueiro que anda empinando a moto.
Joana disse que estão trabalhando para que o bairro seja um exemplo de organização e que isso será um grande desafio.
Joana também relatou que já tem conhecimento de uma pessoa que estaria fazendo racha no bairro e que a polícia já está atrás dele, mas ainda não conseguiu pega-lo, disse também que é essencial a instalação de quebra-molas no local. Joana também relatou que existem vários outros problemas no bairro como a questão do álcool, das drogas e da fome.
“Mas a gente se reuniu lá e estamos com um grupo de pessoas muito boas no Laura Ramos, que querem realmente organizar e já começamos agora as casas estão completas, os pequenos problemas que vão surgindo a gente vai resolvendo”, disse Joana.
Próxima etapa
Joana informou que já recebeu sinal verde da CEAB e do Tribunal de Contas, para dar prosseguimento à construção das próximas 250 casas.
Ouça abaixo o debate na íntegra: