Separatistas pró-Rússia rejeitam adiar referendo em Donetsk
Putin havia pedido que eles considerassem adiar consulta.
Região quer fazer consulta popular sobre sua independência.
Os separatistas pró-Rússia que atuam na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, disseram nesta quinta-feira (8) que decidiram não adiar o referendo sobre a independência da região marcado para o próximo domingo (11), informou a agência russa “Interfax”.
“O referendo será realizado em 11 de maio”, disse Miroslav Rudenko, co-presidente da autoproclamada República popular de Donetsk.
A manutenção do referendo em Donetsk, apesar do pedido de adiamento de Putin, “agravará ainda mais a situação”, disse a porta-voz do serviço diplomático da União Europeia (UE), Maja Kocijancic. “A celebração deste tipo de consulta não terá nenhuma legitimidade democrática e apenas agravará a situação, o que aumentará a tensão”, disse Kocijancic.
A porta-voz destacou que a UE tomou conhecimento da declarações de Putin e afirmou que uma retirada das tropas russas da fronteira com a Ucrânia “seria um passo que poderia ajudar a reduzir a tensão”. “Mas veremos se as palavras são acompanhadas por atos”.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira (7) que os separatistas adiassem o referendo, e propôs que Kiev interrompesse a operação militar na região. O governo ucraniano, entretanto, rejeitou paralisar a operação.
Segundo os separatistas, houve uma votação a respeito da manutenção ou não do referendo, e a decisão de manter a consulta foi unânime. “Acabamos de votar no Conselho Popular. A data do referendo foi endossada por 100% dos presentes”, disse Denis Pushilin, um dos líderes rebeldes.
Os separatistas na cidade de Luhansk também decidiram manter a data do referendo, segundo a agência “RIA”. O grupo rebelde chamado Exército do Sudeste disse à agência que a consulta popular será realizada como planejado no domingo.
Em Slaviansk o referendo também foi mantido.