“Prévia” do PIB tem alta em novembro, mas registra queda na parcial do ano
IBC-Br, prévia do PIB do BC, avançou somente 0,04% em novembro.
Até novembro, houve queda de 0,22% e, em 12 meses, recuo de 0,01%.
Do G1 Brasília
O nível de atividade da economia teve uma pequena alta em novembro do ano passado, segundo sugerem números divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Banco Central. Entretanto, registrou retração na parcial dos 11 primeiros meses de 2014, e, também, em 12 meses até novembro do último ano, de acordo com o BC.
O Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) – teve alta de apenas 0,04% em novembro. O resultado veio após queda de 0,12% em outubro (dado revisado). Neste caso, as variações foram feitas após ajuste sazonal.
Acumulado do ano
De acordo com o Banco Central, a “prévia” do PIB, no acumulado de janeiro a novembro de 2014, registrou queda de 0,22%. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal – pois considera períodos iguais. E, no acumulado em 12 meses até novembro, o indicador registrou queda de 0,01%, segundo números do BC.
O mercado financeiro acredita que o Produto Interno Bruto terá crescimento de apenas 0,11% em 2014. Essa previsão foi feita na semana passada e colhida pelo Banco Central por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. A última estimativa oficial do governo, divulgada em novembro do ano passado, é de uma alta de 0,5% em 2014. Já o Banco Central estimou uma expansão de apenas 0,2% para o PIB de 2014.
Resultados do IBC-Br x PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser um “antecedente” do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu em divulgações trimestrais do PIB, quando o indicador não correspondeu aos resultados oficiais do PIB – divulgados pelo IBGE.
O Banco Central já avaliou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas “um indicador útil” para o BC e para o setor privado. “Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente”, afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.
IBC-Br
Antes divulgado por estados e por regiões, desde o início do ano passado o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional.
“A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)”, explicou o Banco Central.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 11,75% ao ano e a expectativa do mercado é de nova elevação, para 12,25% ao ano, na próxima semana.
Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.