“Vergonha” e “escândalo”: incidente na Bombonera repercute pelo mundo

A imprensa internacional não escondeu sua decepção com o incidente ocorrido em La Bombonera na noite de quinta-feira, quando um torcedor atirou spray com gás de pimenta nos jogadores do River Plate durante o intervalo do Superclássico com o Boca Juniors, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. Imediatamente após a partida, suspensa antes do começo do segundo tempo, o site do tradicional diário “Olé” já se referia ao incidente como “vergonha” – expressão que foi a mais utilizada nas capas dos jornais argentinos nesta sexta-feira.

Frisando ser o episódio um dos maiores escândalos da história da competição continental, o “Olé” destacou que a Conmebol poderá declarar o River vencedor do confronto, mencionando o artigo 23 do estatuto da entidade que considera, caso seja comprovada a responsabilidade, o clube mandante, o Boca, perdedor da partida pela contagem de 3 a 0. Sendo assim, Los Millonarios, que venceram o embate de ida no Monumental de Nuñes pela contagem mínima, estariam classificados para avançar às quartas e pegar o Cruzeiro.

E se depender da opinião do secretário de Segurança, o panorama será sombrio para os xeneizes. Em entrevista aos jornalistas locais e reproduzida pelo “Clarín”, Sergio Berni isentou o aparato policial e colocou toda a carga sobre o Boca Juniors, mandante da partida.

– Não tenho a menor dúvida de que a responsabilidade é do Boca. Não houve agressões nem invasões ao campo. Houve negligência na hora de organizar a segurança interna – enfatizou o secretário.

Perplexo com o acontecimento na Bombonera, Marcelo Gallardo, ídolo e hoje treinador do River, se mostrou indignado com a indefinição das autoridades, que não tomavam providências contra o agressor e muito menos atitude sobre a suspensão da partida, o que ocorreu longo tempo após o ocorrido. Ao finalmente receberem a ordem para deixar o gramado, jogadores e comissão técnica da equipe visitante viraram alvos fáceis de objetos atirados por torcedores rivais.

– É lamentável que tenhamos que viver algo assim. Estamos esperando por uma decisão há mais de uma hora – bradou o ex-meia da seleção argentina aos jornalistas ainda enquanto aguardava no gramado o desenrolar dos fatos.

Igualmente indignado, porém mostrando constrangimento, o presidente do Boca revelou que se desculpou com o dirigente maior do clube rival e prometeu que todos os agressores serão identificados.

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