Eleições presidenciais do Chile vão para o segundo turno

Ex-presidente Michelle Bachelet irá enfrentar candidata governista.
Segundo turno está marcado para dia 15 de dezembro.

As eleições presidenciais do Chile serão decididas no segundo turno, marcado para 15 de dezembro, de acordo o Serviço Eleitoral do Chile (Servel), com mais de 90% das urnas apuradas neste domingo (17).

A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, favorita nas eleições, ficou com cerca de 47% dos votos, um pouco menos do que o necessário para vencer no primeiro turno: mais de 50% dos votos.

Bachelet, a primeira mulher que chegou à presidência do Chile em 2006, enfrentará Evelyn Matthei, deputada e ex-ministra do Trabalho, que teve por volta de 25%. Em seguida está Marco Enriquez-Ominami, com 11% e Franco Parisi, com 10%.

De acordo com o site chileno Emol, Bachelet reconheceu que irá para o segundo turno, em declarações feitas no Hotel São Francisco, onde acompanhou a votação: “Não há duas leituras, ganhamos esta eleição e com um ampla maioria. Sabíamos que era muito difícil ganhar no primeiro turno, mas estivemos muito perto disso”, disse.

A candidata govenista, que disputará o segundo turno com Bachelet, comemorou: “estamos começando o segundo turno: sim, é possível”. Evelyn Matthei também disse que “as portas de sua candidatura estão abertas a todos os que quiserem se unir”.

As duas passaram parte da infância juntas, em um condomínio para membros da Força Aérea no norte do país. Seus pais eram grandes amigos, até que a ditadura os colocou em lados opostos: Alberto Bachelet foi preso, torturado e morto, enquanto Fernando Matthei se aliou à junta militar de Pinochet.

O atual presidente do Chile, Sebastián Piñera, considerou as eleições uma “festa da democracia” e disse que garantiria “uma eleição sem intervenções nem recursos públicos e sem utilizar o tempo de funcionários públicos, para que tenham as mesmas oportunidades”.

As votações para as eleições chilenas foram encerradas, com os centros de votação fechados, às 18h do horário local (19h de Brasília) e o Serviço Eleitoral do Chile começou a divulgar a apuração parcial das urnas por volta das 19h30 de Brasília.

De acordo com sites locais, mais de 12 mil chilenos que moram no exterior votaram, de forma simbólica, rendendo 34,9% para Bachelet, 16% para Marcel Claude e 14,2% para Marco Enríquez-Ominami.

Voto voluntário
Esta é a primeira eleição presidencial no país com voto voluntário, que entrou em vigor em dezembro de 2012 e trouxe apreensão sobre o número de chilenos que compareceram aos locais de votação. Cerca de 13, 6 milhões de chilenos estavam convocados paras as eleições, e as projeções apontavam que entre sete e oito milhões de eleitores iriam votar.

Em dez horas de votação, os chilenos escolheram o presidente e parlamentares: os 120 membros da Câmara dos Deputados e metade do Senado, de 38 cadeiras. Além disso, pela primeira vez devem eleger conselheiros regionais.

As votações foram realizadas em 41.349 mesas e começaram às 8h do horário local, com lentidão no sistema de votação.

Havia nove candidatos concorrendo à sucessão do presidente de direita Sebastián Piñera, um número inédito na história eleitoral chilena.

Pesquisas
As pesquisas apontavam o amplo favoritismo da socialista Michelle Bachelet, apoiada por uma coalizão de esquerda, a “Nueva Mayoría”, com 47% das intenções de voto.

Descontados nulos e brancos, as pesquisas indicavam que a ex-presidente socialista, de 62 anos, poderia vencer no primeiro turno, com 50% dos votos mais um.

Do G1

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