Brasil tem dois “pivôs” expulsos no fim e cai diante dos EUA na final do polo
Um jogo muito equilibrado. Assim pode ser resumido a disputa pela medalha de ouro no polo aquático nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. À frente no placar desde o início, os Estados Unidos levaram a melhor e venceram o Brasil por 11 a 9, na noite desta quarta-feira, e ficaram com a medalha dourada. Com a prata, os brasileiros seguem com os mais de 50 anos de jejum sem conquistar o título do polo aquático masculinos nos Jogos Pan-Americanos.
No início do quarto período, quando a seleção buscava a reação, o jogador de centro Josip Vrlic, um dos melhores do time, foi expulso da partida por levar a terceira punição de 20s. O lance foi polêmico, já que o Brasil estava no ataque e próxima de anotar um gol. Antes, Ives Alonso já tinha sido excluído, o que fez com que o time jogasse os últimos cinco minutos sem nenhum jogador da posição de centro. Apesar do lance, o técnico da seleção, o croata Ratko Rudic, não quis culpar os árbitros.
– Não podemos culpar a arbitragem. O jogo foi equilibrado, o Brasil errou em muitos detalhes, mas a falha foi nossa. Os americanos mostraram um maior trabalho na piscina, mais movimento e estiveram mais tranquilos. Foi uma vitória merecida – disse o técnico.
Capitão da seleção brasileira, Felipe Perrone lamentou a exclusão dos dois centros do Brasil, Ives Alonso, e Josip Vrlic.
– Lutamos até o fim, mostramos que podemos jogar de igual para igual com eles. A gente teve uma defesa agressiva, mas a expulsão do Vrlic mudou tudo. Ele é fundamental, mas ficamos sem os dois pivôs no fim, isso atrapalhou – disse.
Ádria Gonzalez, um dos destaques do país, saiu lamentando o resultado. Segundo o jogador, o Brasil não pode colocar a culpa da derrota na arbitragem.
– Difícil analisar o jogo agora. A gente sabia que seria um jogo assim. Logo no início eles já tiveram três contra-ataques. A arbitragem não interferiu em nada, não podemos culpá-los. Nosso estilo é muito duro, sempre marcando pressão – disse o jogador.
Com o peso de encerrar o jejum de mais de meio século sem medalha de ouro no polo aquático – a última conquista havia sido no Pan de 1963 em São Paulo -, o Brasil entrou em quadra disposto a derrotar o favoritismo americano. Porém, com uma tática agressiva e de forte marcação, os brasileiros acabaram sofrendo com as inúmeras exclusões durante a partida. Bem postados e equilibrados, os americanos aproveitaram a fragilidade brasileira sempre que estava com um homem a menos, derrotaram o Brasil e levaram mais uma medalha de ouro para o polo aquático americano. Bronze nos Jogos de Guadalajara em 2011, o Brasil fica com a prata em 2015.