River busca empate com Guaraní no Paraguai e volta a decidir a Libertadores após 19 anos
A espera acabou. Sob o comando de Marcelo Gallardo, ídolo com a chuteira nos pés, o River Plate está de volta a uma final de Copa Libertadores. Não há ‘gallinas’ nem ‘pipoqueiros’. Em decisões, a equipe se mostra competente. Nesta terça-feira, o time argentino segurou um empate por 1 a 1 com o Guaraní-PAR, no Defensores Del Chaco, e garantiu um lugar na decisão. A chance de tri segue ainda mais viva.
Depois de vencer o duelo de ida por 2 a 0, o River Plate mostrou maturidade em campo. A equipe dominou a maior parte do primeiro tempo e soube trabalhar quando pressionada. Tanto que, em nenhum momento, os jogadores sentiram a abertura do marcador pelo clube paraguaio – Fernando Fernandez anotou o gol aos 16min da segunda etapa.
Com calma e trabalhando bem nos contra-ataques, o River Plate definiu a classificação aos 33min. Lucas Alario, o substituto de Teo Gutierrez no time titular, mostrou categoria e tranquilidade para igualar o marcador e recolocar a equipe argentina em uma final de Copa Libertadores.
O River se sentiu em casa durante a primeira etapa. Mesmo diante de um grande público aurinegro, a equipe de Gallardo demonstrou um comportamento maduro: marcação bem encaixada, calma para trabalhar a bola e boa variação ofensiva. O clube argentino procurou não se basear na vantagem adquirida na Argentina e procurou ameaçar a meta de Aguilar.
O primeiro a obrigar o goleiro paraguaio a trabalhar foi Rodrigo Mora. Autor de um golaço na partida de ida, o camisa 7 do River Plate tentou novamente encobrir Aguilar, que se esticou todo para espalmar a bola rumo a escanteio. A chance empolgou o bom público millonario presente no Defensores Del Chaco.
A oportunidade de gol refletiu o domínio argentino em campo. A organização da equipe comandada por Gallardo obrigava o Guaraní a se defender. Com o rival da casa recuado, o River crescia, crescia e se aproximava de matar o confronto. Aos 23min, Alario deu um lindo passe de letra e achou Carlos Sánchez, que cruzou na medida para a área. Maldonado, no entanto, desviou pela lateral e evitou o gol.
O início do River obrigou o Guaraní a mudar. A equipe paraguaia apostou nos lançamentos longo para o destaque Federico Santander e transformou o confronto. Aos poucos, o clube da casa passou a incomodar os argentinos e a criar chances.
A melhor delas na primeira etapa veio nos acréscimos. Bartomeus cruzou na medida para Fernández, que desviou de cabeça e obrigou Barovero a fazer grande defesa. O lance foi só uma amostra do que estaria por vir.
O duelo, que se mostrava interessante, passou a ser imperdível na segunda etapa. Tanto Guaraní quanto River Plate criaram mais oportunidades, especialmente o time da casa, responsável por exercer uma grande pressão para sobreviver no confronto e seguir com o sonho de ir à final.
O pensamento positivo se tornou ainda mais concreto aos 16min. Depois de bola na trave de Palau, Santander pegou o rebote pelo lado esquerdo da área e cruzou para o meio dela. Fernández, bem colocado e completamente livre, desviou de perna esquerda e recolocou o Guaraní no confronto.
A partir de então, a esperança renasceu. O algoz do Corinthians cresceu, mas deu espaços. O River Plate, enfim, procurou jogar com o regulamento. Os contra-ataques argentinos se tornaram constantes e cada vez mais perigosos. Uma hora, diante do goleiro Aguilar, o clube visitante não perdoou.
Aos 33min, o veterano Fernando Cavenaghi desviou de calcanhar e achou Viudez, ex-Milan e recentemente contratado pelo River Plate. O camisa 19, número deixado pela antiga estrela Teo Gutierrez, novo reforço do Sporting, lançou Lucas Alario na medida. O centroavante de 22 anos esbanjou categoria e frieza para tocar por cobertura e recolocar os Millonarios em uma final de Libertadores.
O apelido de gallinas, alusivo ao estigma de o River falhar nas horas decisivas, ficou para trás. Sob o comando de Gallardo, o clube se mostra mais frio do que nunca, tanto que, em pouco mais de seis meses, disputará o segundo título continental. O que falar do clube do Monumental de Nuñez agora?