PE tem 200 mil jovens entre 4 e 17 anos fora da escola, aponta relatório
Dados da Unicef mostram que situação do estado melhorou desde 2007.
Atualmente, Pernambuco tem uma taxa de abandono escolar de 8,4%.
Um relatório divulgado pelo Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, aponta que o Brasil tem 3,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, sendo a maior quantidade, quase a metade, de jovens entre 15 e 17 anos. Em Pernambuco, cerca de 200 mil crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. Os dados foram mostrados em reportagem exibida no NETV 2ª edição desta terça-feira (19).
Em 2007, Pernambuco estava em penúltimo lugar no ranking dos estados em relação à taxa de abandono de escola. No ensino médio, o percentual era de 24%, o que significa que cerca de 80 mil alunos tinham deixado de ir para aula. No ano passado, esse número baixou pra 29 mil e o estado subiu para a quinta colocação, com uma taxa de abandono de 8,4%. O resultado ficou abaixo da média de evasão do nordeste (14%) e do Brasil (10,5%).
Mesmo com a melhora significativa, ainda há cerca de 200 mil pessoas entre 4 e 17 anos sem estudar em Pernambuco. O problema não chega a ser a falta de vagas, já que, em 2012, a rede pública estadual ofereceu 200 mil; sobraram quase 80 mil, sem contar os alunos que, matriculados, iniciam o ano letivo e depois somem das salas de aula.
Um dos principais fatores de desestímulo é quando o aluno tem uma idade mais avançada do que o restante da turma, explicou o secretário de Educação de Pernambuco, Ricardo Dantas. “[O desafio é] adequar esses conteúdos à idade correta do aluno, colocar ele em uma turma onde ele se sinta bem, não se sinta desmotivado, não se sinta aquém da idade que ele tem”, pontuou, citando programas que tentam corrigir a discrepância entre idade e série, como o Travessia e o Paulo Freire.
Na Escola de Ensino Integral Martins Júnior, na Torre, Zona Norte do Recife, há 630 alunos nos três turnos. Na unidade, a evasão é quase inexistente. “Ajuda muito os alunos ficarem na sala de aula e os professores interagirem, assim como os alunos também interagem com os professores”, disse o aluno Hugo Rodrigues, de 16 anos.
Não existe uma fórmula única para impedir que o aluno desista, mas um sentimento é comum a todos os estudantes. “A escola cuida da gente e a gente, em troca, tenta contribuir”, resume Natália Santana, 17 anos.
Do G1