Dilma promete reduzir comissionados na máquina pública e fundir ministérios e órgãos, em reforma administrativa
Um dia depois do anúncio dos cortes do pacote fiscal, a presidente Dilma Rousseff, em cerimônia de entrega do XXVIII Prêmio Jovem Cientista – Segurança Alimentar e Nutricional, prometeu, nesta terça-feira, em Brasília, realizar também uma reforma administrativa no governo Federal. Ela também defendeu a necessidade da CPMF.
“O governo vai apresentar a sua redução, a sua reforma administrativa. Antes de quarta-feira, até quarta-feira… não, quarta-feira da semana que vem, porque eu vou para ONU fazer a abertura da… Eu apresentarei a reforma administrativa, e vocês aí poderão perguntar tudo o que quiserem sobre como é que ficam as coisas. Vou fazer junções de ministérios, vou juntar não só ministérios, mas grandes órgãos do governo, vamos diminuir… se eu te der, por exemplo, acaba toda a graça até quarta-feira”, afirmou Dilma.
“Eu disse antes que ia fazer até dez ministérios. E quando for oportuno, eu vou deixar claro para vocês quais são, quantos são, como é que serão, quais são as junções além dos ministérios e órgãos. Porque tem órgãos que são maiores que ministérios. Bastantes”, completou.
“Vou, além disso, reduzir os DAS e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la. Posso te assegurar que será uma avaliação muito estrita de tudo que o governo hoje tem na área administrativa. Posso te assegurar isso”, prometeu.
Dilma também defendeu a volta da CPMF, mas não sabe como será modificada pelo Congresso.
“A proposta do governo e a proposta que nós vamos enviar ao Congresso é 0,20[%]. A proposta que o governo federal fez de uma contribuição provisória para Previdência, uma CP-Previ. É esta proposta que nós estamos enviando ao Congresso. O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso. Essa CPMF é diferenciada porque ela é destinada fundamentalmente para a Previdência. E ela é provisória. Por quê? Porque nós sabemos que este período tem uma depressão cíclica na Previdência. Sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica. Ela tem uma queda cíclica, uma depressão cíclica. Então, nós, a nossa proposta é carimbada, ela vai assim.
“Agora, como será feito no Congresso é um outro processo de discussão. Nós nos empenharemos bastante, primeiro para aprovar essas medidas, porque elas são necessárias. E elas não são necessárias porque nós queremos tomá-las, elas são necessárias porque passamos por um momento em que é fundamental que saiamos dessa situação de restrição fiscal o mais rápido possível para poder voltar a crescer, para poder gerar os empregos necessários para o país”.
No meio da conversa com os jornalistas, Dilma criticou a oposição, nos mesmos termos da carta do PC do B, divulgada nesta terça-feira.
”Obviamente, o governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país. O pessoal do “quanto pior, melhor”. Esse pessoal, só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem. O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que eu estou dizendo. Eu sei quantas penas duras foi para conquistar a democracia. Nós não vamos, em momento algum, concordar ou faremos tudo para impedir que processos não-democráticos cresçam e se fortaleçam”.
Do Blog do Jamildo