Aedes Aegypti: Mapeamento mostra que situação em Afogados é extremamente preocupante
Mapeamento foi realizado no Debate das Dez da Rádio Pajeú nesta quinta-feira (04).
População parece não ter entendido a gravidade da situação. Por outro lado faltam ações mais enérgicas por parte do poder público.
Por André Luis
No Debate das Dez desta quinta-feira (04) na Rádio Pajeú, representantes de três bairros de Afogados da Ingazeira, Siqueira Pescador, Gérson Carvalho e Neucimar Souza, juntos com ouvintes e internautas da Pajeú, fizeram um mapeamento da situação dos bairros com relação a prevenção e combate ao Aedes Aegypti.
Em meio a uma crise epidêmica de doenças causadas pelo mosquito que tem assombrado o país e agora o mundo, o que se pôde constatar em Afogados da Ingazeira é muito preocupante. Segundo relatos dos convidados no estúdio e da população em geral, a situação está longe de ser controlada. Falta ações por parte da população e também por parte do poder público.
São várias as situações de risco e pode se dizer que Afogados é um grande criadouro para o Aedes, que segue fazendo suas vítimas e lotando a emergência do Hospital Regional Emília Câmara.
Ouça abaixo na íntegra o debate de hoje:
Os relatos foram muitos, um verdadeiro bombardeio:
O presídio antigo foi apontado por Siqueira como sendo uma das áreas de risco, “está abandonado e com vários buracos acumulando água, tem também a questão de que estão jogando lixo perto do Curral do Gado”.
O antigo Matadouro do Sobreira foi apontado por Gérson Carvalho e alguns ouvintes, como também uma área de muito risco. Gérson informou ainda que o local está em situação precária e disse também que a comunidade já solicitou da prefeitura providências para o local que serviria para a realização de alguma ação comunitária.
Existem pontos com acumulo de água na Rua da Paz, da Felicidade, perto da igreja de Damasco e do bar de Vanuza, por trás da oficina de Juarez.
Vários bueiros da MAF estão abertos, contribuindo para o acumulo de água e trazendo situação de risco aos moradores. Segundo moradores do Residencial Dom Francisco, nenhuma ação foi feita no bairro por parte da Prefeitura.
A população parece não ter entendido a gravidade da situação e muitos continuam praticando ações que levam risco a todos. Na rua Josué Martins, no bairro São Sebastião, ouvintes denunciaram a existência de um terreno onde as pessoas continuam jogando lixo, além disso tem muito mato no local.
Na Berta Celli foi apontado um terreno baldio que pertence a Prefeitura que está abandonado, na Rua Renato Graciano, vizinho a escola Infantil Monteiro Lobato, foi relatado que desde janeiro de 2015, estão sem agente de Saúde. Há relatos de que a população continua jogando lixo no corte da linha na Vila Pitombeira, no bairro Costa e na Ponte.
Segundo relato de um ouvinte, na Rua Antônio de Oliveira, 90% dos moradores que estão entre a Josué Martins e a Mestre Quitério, já tiveram e ou estão com a chikungunya. Uma ouvinte da Rua Valdecy Xavier de Menezes disse que já contraiu a chikungunya e que perto de sua casa existem várias pessoas doentes, algumas até internadas.
A população está com medo, uma ouvinte relatou que já foi internada três vezes em quinze dias, outro se mostrou preocupado com consequências da recorrência do contágio.
Uma internauta enviou foto de uma casa na Rua 15 de Novembro, em frente ao Cartório Eleitoral, que segundo ela é de propriedade de Danilo da Gráfica, a casa está fechada com vários entulhos. “Quando chove a casa fica inundada de água, além de baratas, escorpiões e ratos”, informou preocupada pois tem deficientes, crianças e bebê em casa. Disse ainda que vizinhos já entraram em contato com o proprietário, mas que até agora nenhuma providência foi tomada.
Outro internauta que se mostrou bastante preocupado com a falta de ação por parte das autoridades competentes foi Marcos Henriques, morador da Rua Dário Mascena. Ele cobrou mais fiscalização do município e denunciou a falta de visitas de agentes de Endemias e de Saúde: “neste tempo de grandes preocupações com o Aedes Aegypti e suas consequências, em que os governos proclamam aos quatro cantos uma verdadeira ‘guerra’ contra o mosquito, fico me perguntando se existe mesmo um combate rígido e efetivo contra o mosquito ou apenas um grande faz dê conta das autoridades, que continuam sem dar a devida importância ao problema? Não é a toa que faço esta indagação, mas esta é uma preocupação pertinente, pois nesta época de grandes contágios, os responsáveis pela fiscalização e combate deveriam estar em constantes visitas às residências e demais estabelecimentos de nossa cidade.
No entanto, faz tempo que o agente de endemias não aparece na minha residência. Agente de saúde então! Muito menos. Para ser mais exato, a última marcação na ficha de controle do agente de endemias da minha casa, acredite, data de outubro passado.
Vizinho, existe uma casa abandonada e fechada e que não se sabe a situação no seu interior, pois ela está destelhada, o que aumenta a minha preocupação. Então como pode haver um controle e combate efetivo a esta verdadeira epidemia que estamos vivendo, com consequências drásticas, como a microcefalia, sem uma efetiva fiscalização e controle das autoridades competentes, através dos seus agentes capacitados? Sei que toda a população tem que fazer a sua parte, mas a fiscalização é de suma importância para vencermos essa batalha”!