Zika mata células de cérebros em desenvolvimento, aponta estudo americano

O vírus da zika mata um tipo de tecido essencial para cérebros em desenvolvimento, afirmam pesquisadores.

Por James Gallagher Editor de Saúde da BBC News

Em testes de laboratório, o zika foi capaz de destruir ou impedir o crescimento de células progenitoras neurais, que constroem o cérebro e o sistema nervoso.

A descoberta, anunciada na publicação científica Cell Stem Cell, reforça a crença de que o vírus esteja causando as más-formações nos cérebros de bebês.

Os pesquisadores americanos, alertam, porém, que isso ainda não representa uma relação definitiva entre o zika e a condição.

Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde brasileiro, já são 641 confirmações de microcefalia ou outras más-formações em cérebros de bebês. Outros 4,2 mil casos suspeitos estão sob investigação e pouco mais de 1 mil foram descartados.

A epidemia de zika tem sido amplamente apontada como o motivo do aumento dos casos de microcefalia, mas esse elo ainda não foi cientificamente confirmado aos olhos da Organização Mundial da Saúde.

A equipe americana, formada por pesquisadores das universidades Johns Hopkins (Maryland), do Estado da Flórida e Emory (Geórgia), infectou um grupo das células com o zika por duas horas e analisou essas amostras três dias depois.

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