Militares tentam dar golpe na Turquia; Erdogan diz que permanece no poder
Primeiro-ministro diz que tentativa de golpe é de parte dos militares do país.
Aviões sobrevoam Ancara e tanques vigiam aeroporto de Istambul.
Do G1
Militares da Turquia anunciaram nesta sexta-feira (15) que assumiram o poder no país “em prol da ordem democrática”. Lugares estratégicos, como pontes de Istambul e o principal aeroporto do país, foram fechados. O presidente Recep Tayyip Erdogan disse que se tratava de uma tentativa de revolta de uma minoria dentro das forças militares e pediu que o povo fosse às ruas. Em cidades como Ancara e Istambul havia multidões em lugares públicos, como mostraram imagens da imprensa e de transmissões pela internet.
Após algumas horas, Erdogan, que estava no balneário de Marmaris, voou para Istambul, aterrissando no Aeroporto Ataturk, que foi deixado pelos militares, e foi recebido por simpatizantes. Ele afirmou que não iria entregar o país e que seu gabinete continua funcionando em Ancara. Acrescentou que “milhões” de turcos estão nas ruas protestando contra a tentativa de golpe e que ficará “com o povo”.
Erdogan diz que muitos oficiais estão sendo presos e que as prisões continuarão, inclusive atingindo militares de altas patentes. Agência de notícias informaram que pelo menos 5 generais e 29 coronéis rebeldes foram presos. Erdogan diz que irá terminar de limpar as forças militares.
O governo alega que integrantes de um movimento que é leal ao clérigo opositor Fethullah Gulen, que mora nos EUA, organizaram a tentativa de golpe. Mas o grupo de Gulen disse condenar qualquer intervenção militar na política doméstica da Turquia.
Houve relatos de violência, inclusive da morte de 17 policiais, além de uma explosão no Parlamento. Por volta das 23h00 (hora de Brasília) já fim da madrugada na Turquia, ainda não estava claro quem detinha o controle da situação.