Ponte desencanta depois do intervalo, alcança meta e empurra mais o Santa
Eram tantos gols perdidos que os quase 11 mil torcedores (10.912 pagantes) que foram ao Moisés Lucarelli nesta noite chegaram a duvidar que alguém seria capaz de dar a vitória à Ponte Preta. Mas coube àquele que mais desperdiçou oportunidades a missão de decidir o jogo. Roger, depois de tanto tentar, balançou as redes no segundo tempo e contribuiu com uma assistência de peito para Maycon. De perto, ainda viu Pottker definir os 3 a 0 da Macaca sobre o Santa Cruz, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A Macaca comemora o fim do risco de rebaixamento, enquanto o Santa Cruz se acostuma cada vez mais com a ideia de voltar para a Série B. O time paulista subiu para 45 pontos, somou a segunda vitória consecutiva (tinha derrotado o Vitória na quinta, por 2 a 0) e alcançou a meta tanto falada pela comissão técnica e diretoria. Todos no clube confiam que, com essa soma, o risco de rebaixamento é nulo. Agora, é focar na briga pelo G-6.
Do outro lado do confronto, o perigo é grande, bem como o conformismo. O Santa Cruz perdeu a sexta partida consecutiva no Brasileirão e continuou estacionado na vice-lanterna, com os mesmos 23 pontos que tinha na última vitória, há um mês, contra o Atlético-PR. Com 13 pontos a menos que o São Paulo, primeiro time fora da zona de rebaixamento, o clube pernambucano tem mais sete jogos para tentar o milagre de se manter na elite. A missão é dificílima.
O primeiro desafio do Santa na reta final é logo na quarta-feira, na abertura da 32ª rodada. A equipe de Grafite e companhia recebe o embalado Botafogo às 21h45, no Arruda. É o quinto duelo seguido do Tricolor com um time que briga na parte de cima da tabela (perdeu para Palmeiras, Flamengo e Corinthians, além de hoje). Já a Ponte, focada agora na briga por uma possível vaga na Libertadores, joga só no sábado, às 17h, contra o São Paulo, no Morumbi.
A Ponte entrou como favorita, dominou todo o primeiro tempo e só não comprovou, em gols, a superioridade em relação ao Santa Cruz porque seus atacantes não colaboraram. Roger, em tarde pouco inspirada, desperdiçou duas chances claríssimas de abrir o placar no Majestoso, para desespero da torcida. Em ambas, o atacante recebeu dentro da pequena área, mas errou na hora de chutar. Wendel e Douglas Grolli também perderam oportunidades semelhantes, para alívio de Tiago Cardoso. Mesmo sem tocar na bola, o goleiro do Santa Cruz foi quem mais teve trabalho na etapa inicial. Keno, como de costume, tentou levar o Tricolor ao ataque, mas não foi acompanhado pelos colegas de time.
O segundo tempo foi diferente a partir do momento que a Ponte acertou pé. Logo no começo, Roger aproveitou uma sobra de jogada entre Rhayner e Nino Paraíba e bateu de direita, no contrapé de Tiago Cardoso. O lance tirou um enorme peso dos ombros dos jogadores da casa, que passaram a se impor. Roger, com o peito, deu passe decisivo para Maycon acertar um belo chute por cobertura e ampliar a vitória, que ficou completa em arrancada de Pottker. O Santa pouco ameaçou a meta defendida por Aranha e se entregou antes mesmo do fim da partida.