Segundo estimativas, 5,5 milhões de pernambucanos podem adquirir chikungunya em 2017
A informação foi dada pelo secretário municipal de Saúde de Afogados da Ingazeira, Artur Amorim, em entrevista nesta terça à Rádio Pajeú.
Por André Luis
Com a chegada das chuvas, acende-se o alerta para as chamadas arboviroses, doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela.
No Debate das Dez desta terça-feira (21) o secretário Municipal de Saúde, Artur Amorim, acompanhado de Roberta Silva e Luciana Santos, que fazem parte da equipe da Saúde. Falaram sobre estas doenças. Também fizeram uma analise da situação da saúde no município de Afogados da Ingazeira e responderam perguntas e tiraram dúvidas dos ouvintes da Pajeú.
Artur disse que a maior preocupação da Secretaria de Saúde hoje em dia é com relação às arboviroses e que é uma preocupação constante. Disse ainda que há uma preocupação especial com a chikungunya, pelo fato de ser um vírus novo e que muitas pessoas ainda não tiveram contato.
“Então o sistema imunológico de pessoas que não adoeceram ainda pela chikungunya, ele não tem uma defesa ainda preparada, o que pode acontecer, a gente pode ter um número de chikungunya maior do que nos anos anteriores, no estado de Pernambuco”, informou Artur.
Artur ainda disse que para se ter uma ideia a população de Pernambuco hoje é em torno de 9,5 milhões de pessoas e o a Secretaria Estadual de Saúde, estima que mais ou menos em torno de 5,5 milhões podem ficar expostas ao vírus durante este ano.
“E o que preocupa é que quando a gente vai analisar os dados, notamos que a chikungunya, traz consigo uma série de outros problemas de saúde, por exemplo: a gente tem problemas neuropáticos sérios, Síndrome de Guillain-Barré, que você vai dando uma paralisação generalizada, é um dos problemas que a chikungunya traz, outros é a incapacidade da pessoa voltar a desenvolver as atividades laborais, porque ela incapacita mesmo e o período de tratamento dessas pessoas, chega a ser de seis meses a um ano e às vezes até á dois anos de tratamento e a gente ainda tem relato de pessoas que após o tratamento, após sessões de fisioterapia, após intervenção de profissionais especializados, ainda continuam apresentando estes problemas”. disse Artur.
Artur também falou que foi detectado outro problema, causado pela chikungunya que é a crise renal crônica, inclusive com comprometimento renal, ainda tem pessoas que se apresentaram com um quadro exacerbado de problemas cardíacos e por isso a preocupação é muito grande com a doença.
Artur também informou que a população vem ajudando, mas que mesmo assim, em bairros como Padre Pedro Pereira (Ponte) e São Francisco (Rua Nova), há ainda uma grande carga de manifestação predial e que será utilizado nesses bairros uma larvicida diferente, chamado de “Larvicida Biológico”, mas que sem a ajuda das pessoas não tem como conseguir continuar combatendo o mosquito de forma eficaz.
Outra informação importante dada por Artur foi quanto ao número de óbitos confirmados no Estado causados pela chikungunya. “Quando a gente foi analisar a carga de morte aqui no município, notamos que houve uma aumento nas mortes de pessoas de 70 a 79 anos e de 80 acima, uma média de 20 mortes a mais comparadas com o ano de 2015 e também a gente teve um aumento na classificação de morte por causa mal definida, ou seja, a gente não tinha o exame laboratorial pra poder confirmar que a chikungunya estava presente no individuo que foi a óbito e isso a gente tá fazendo esta ligação por critério epidemiológico”.
Ouça abaixo na íntegra como foi o debate de hoje: