Em entrevista Marcílio Pires apresenta cartas enviadas por Silvia Patrício
Leia as cartas na íntegra.
Marcílio também revelou a participação de mais uma pessoa no crime, essa teria sido a responsável por apresentar Silvia a Zé Galego.
Por André Luis
O odontólogo e vereador de Tabira Marcílio Pires, participou nesta segunda-feira (24), no Debate das Dez da Rádio Pajeú e falou sobre o assunto que mais repercutiu na região na última semana, que foi a audiência que tratou do homicídio de Érika de Souza Leite (Paulinha) de 30 anos, então esposa de Marcílio, que foi assassinada no dia 1º de novembro de 2016, tendo como acusada de ser a mandante do crime a fisioterapeuta Sílvia Patrício e como executor José Tenório (Zé Galego), diante do pagamento de R$1.000,00 (mil reais).
Não bastasse todos os detalhes espantosos do caso, em entrevista ao repórter da Pajeú Celso Brandão, no dia da audiência, Marcílio revelou que a acusada, mesmo presa ainda estaria tentando se comunicar com o mesmo através de cartas. Tendo sido inclusive predominante para a manutenção da prisão de Silvia.
Marcílio disse que tem certeza de que perto de completar seis meses do crime a dor maior é pela orfandade das crianças, “você sabe que no mundo moderno em que vivemos o homem perde a mulher até para outra mulher hoje em dia, perde a mulher para outro homem, a mulher também se separa sem ter ninguém na relação, eu poderia ter me separado da minha esposa, eu poderia ter arranjado outra pessoa, mas nessas hipóteses, as crianças não ficariam órfãs. Então a grande dor é a orfandade das crianças. A gente está vendo agora as chamadas para o dia mães e isso dói demais pra gente lá e tudo isso nos enfraquece muito”.
Questionado de onde tira tantas forças para enfrentar a difícil situação, Marcílio disse que é da solidariedade das pessoas e da crença em Deus e de forma lúcida, fez questão de isentar às famílias dos acusados. “Há um ano e meio antes do assassinato de Paula eu já frequentava o Terço dos Homens em Tabira e é um ambiente onde a gente reza todos os domingos e isso me fortalece muito e a crença em Deus, acredito muito Nele e queria aqui mais uma vez isentar os familiares dos assassinos, da assassina intelectual e do executor, eu cheguei até a cumprimentar a esposa e o filho do executor, dizendo que não tenho nada contra eles e não tenho mesmo”, revelou Marcílio, que também disse ter encontrado uma prima de Silvia.
Marcílio também revelou que se não fosse seu compromisso em honrar o seu mandato de vereador em Tabira iria embora para os Estados Unidos, ou Canadá, “tenho primos lá, tenho parentes e eu ia tentar viabilizar isso pra fugir, não por medo, mas para me afastar de tudo isso e viver em paz”, revelou.
Questionado se o que levou ao assassinato de sua esposa seria por pura maldade ou se haveria aspectos patológicos, Marcílio disse que acredita num conjunto de fatores, “eu acho é uma associação de tudo existe ruindade de caráter também, acho que existe muito sentimento de perversidade, mas existe certa patologia também evidentemente, mas não só a patologia, acho que o que prevalece é o mau-caratismo”, disse.
Marcílio também revelou a existência de uma terceira pessoa no crime, “nós sabíamos que haveria uma terceira ou quarta pessoa no crime evidentemente e foi citada lá a terceira pessoa, quem foi que aproximou a assassina intelectual do executor, existe essa pessoa, eu não sei dizer o nome, mas é daqui de Afogados, que aproximou os dois e foi dito na audiência, não tenho esses dados ainda, tendo esses dados passarei imediatamente. Foi dito na audiência pela esposa do executor e pelo filho dele, de que essa pessoa foi diversas vezes com a assassina intelectual na casa do assassino executor”.
Marcílio também disse que toda a trama foi confirmada por Zé Galego, que revelou como foi toda a sugestão para que ele se deixasse levar e que não houve nenhuma novidade e que foi tudo ratificado desde a denúncia inicial, mas que Silvia se nega a dizer que foi ela a mandante.
Marcílio também disse que segundo o advogado, Silvia aproveitou a oportunidade para tripudiar da vítima, tentando detratar, macular, humilhar e difamá-la.
Falando sobre as cartas, Marcílio disse que inicialmente teve dúvidas em abri-las, mas após ler, se conteve falou com um irmão que é jurista e que esse lhe orientou a guardá-las, não comentar com ninguém e depois mostrar aos advogados. “Então depois da audiência quando as cartas se tornaram públicas não há porque não divulgar”, disse.
Marcílio falou ainda sobre o seu dia-a-dia, principalmente em casa com as crianças e agradeceu as pessoas que estão lhe ajudando. Marcílio também ouviu muitas palavras de solidariedade e admiração dos ouvintes da Pajeú.
Ouça na íntegra como foi o debate de hoje:
As cartas de Sílvia – Causou espanto quando na semana passada em Tabira, no dia da audiência que tratou do assassinato de Paulinha, esposa do vereador Marcílio Pires, quando este revelou ao repórter da Pajeú Celso Brandão a existência de três cartas enviadas do presídio feminino, direcionadas a ele pela acusada de ser a mandante do crime.
Nas cartas Silvia diz a todo momento que ama Marcílio e que faria de tudo por ele, em alguns momentos parece que nada demais aconteceu e chega pedir a ajuda do vereador para resolver questões pessoais.
Trata-o com palavras carinhosas, diz que quer vê-lo e que colocou o nome dele autorizando visita e mais de uma vez sugeri que Marcílio foi o mandante do crime e que ela nada fez. Em uma das cartas Silvia ainda envia uma foto onde aparece com outras detentas, no que parece ser comemorando o carnaval com uma declaração amorosa no verso.
Chama a atenção também que Silvia recorre por diversas vezes ao nome de Deus e a poemas de Fernando pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Graciliano Ramos, para destacar os seus sentimentos. Leia abaixo a íntegra das cartas: