Um dos homens mais perigosos de PE será transferido para presídio federal
Do Ronda JC
Apontado pela polícia como um dos homens mais perigosos de Pernambuco, Jurandir Francisco Xavier Júnior, conhecido como Júnior Box, deve ser transferido para um presídio federal. O pedido foi feito pela Secretaria de Defesa Social (SDS) à Justiça. Na semana passada, a juíza Orleide Rosélia Nascimento, responsável pela decisão, deu prazo de cinco dias para a defesa dele se pronunciar sobre a transferência.
Júnior Box está preso há nove anos. Mesmo assim, de acordo com a polícia, ele continua liderando uma das mais perigosas quadrilhas especializadas em tráfico de drogas que atua na área central do Recife e que também estaria exercendo forte poder em municípios como Olinda e Paulista.
No final do ano passado, parte do grupo foi preso numa operação da Polícia Civil. Na época, os investigadores afirmaram que ele continuava dando ordens de dentro do Presídio de Igarassu e que recebia até vídeos para comprovar se os pedidos dele estavam sendo atendidos.
O pedido de transferência de Júnior Box foi definido entre a SDS e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos com o objetivo de diminuir a incidência do tráfico de drogas e também como meta para a redução dos assassinatos relacionados a esse tipo de crime. Segundo informações da polícia, o grupo de Júnior Box teria envolvimento em pelo menos 30 homicídios praticados nos últimos anos.
Como Pernambuco ainda não conta com um presídio federal, ele terá que ir para outro Estado.
Em nota, a assessoria da SDS informou que “por questões estratégicas de segurança, não poderia fornecer informações sobre esse assunto”.
Estratégia
O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, afirmou que a transferência de detentos perigosos para presídios federais é uma das estratégias do Governo do Estado para combater as organizações criminosas. Segundo ele, dezenas de detentos já foram removidos para outros Estados do país, onde há unidades federais.
O gestor também disse que, em trabalho integrado com a Secretaria de Ressocialização, lideranças estão sendo monitoradas e transferidas para outros presídios do Estado quando há necessidade. “Recentemente fizemos uma grande ação na Penitenciária Barreto Campelo. Mais de 150 armas brancas foram apreendidas e houve a transferência de quase 200 presos. A gente percebe que, com essa medida, conseguimos dissolver essas ordens que partiam do presídio”, explicou, em entrevista à Rádio Jornal na última sexta-feira (20).