Capoeira se torna Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco
O governador Paulo Câmara (PSB) sancionou na tarde desta quarta-feira (31), a lei que concede à capoeira o título de Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. A proposta é de autoria do deputado estadual Zé Maurício (PP).
A solenidade aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, com a presença do secretário da Casa Civil de Pernambuco, André Campos, da presidente do Conselho Estadual de Cultura, Professora Tereza, do ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, dos mestres e contra-mestres de capoeira Coca Cola, Galvão, Peu, Macarrão, Dedê, Chê, Melodia e Toupeira e do professor Cajueiro, além do governador e do deputado autor do projeto.
Segundo o parlamentar, a ideia da proposta é que a capoeira tenha o mesmo reconhecimento do Estado e da sociedade, que outros bens do Estado já possuem, como o frevo. “Construído com a participação de diversos segmentos em Pernambuco, a proposta reconhece a capoeira como esporte e também como trabalho social nas comunidades, pelo espírito coletivo da atividade”, explicou Zé Maurício.
O projeto foi elaborado com o apoio do Professor e Doutor, Henrique Kohl, chefe do Departamento de Educação Física da UFPE, Contramestre de Capoeira, que elaborou o estudo técnico-científico que também acompanha o PL. “Estamos vivendo um marco. Consagramos com os viés legais uma demanda historicamente acumulada de reconhecimento a nível identidário local”, afirmou Kohl.
O governador Paulo Câmara aproveitou a solenidade para anunciar que irá levar a capoeira para as escolas públicas “É uma atividade que traz o bem. Queremos os jovens fazendo capoeira e livre de coisas ruins”.
Em 2008, a capoeira foi reconhecida pelo IPHAN como Patrimônio Imaterial do Brasil, e em 2014, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A atividade possui uma incontestável riqueza histórica, gestual, musical, ritualística, artesanal, dentre outras acumuladas para a coletividade.
A capoeira está atrelada a historicidade brasileira e figura lócus importante para ações-reflexões-ações que transformaram, transformam e podem transformar paradigmas, ou, pelo menos, contribuir para humanizar relações com suas diferentes possibilidades de trato com notórios conhecimentos ancestrais de coletivos que foram e são oprimidos por diferentes tipos de violência.