João Paulo diz que Barbosa foi ‘cruel’ ao sair de férias sem ordenar prisão
Em ato de apoio, ex-presidente da Câmara reiterou defesa sobre mensalão.
Petista brincou e disse que Genoino e Dirceu reservaram lençol na Papuda.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) afirmou nesta quinta-feira (16) que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi “cruel” no início deste mês, ao determinar sua prisão e sair de férias, sem expedir o mandado, para que pudesse se entregar. O deputado, que chegou a viajar para Brasília para aguardar a prisão, retornou para São Paulo nesta semana e recebeu nesta quinta apoio de mais de 300 militantes do partido em Osasco.
“Veja que barbaridade, além de tudo o ministro Joaquim Barbosa é cruel. Ele acha que eu não tenho mãe, mulher, acha que sou um bandoleiro andando pelo Brasil”, disse, referindo-se à viagem que fez a Brasília para ser preso.
No evento promovido por apoiadores em São Paulo, Cunha lançou uma revista em que reitera sua defesa das condenações por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato no mensalão. O petista foi acusado de receber R$ 50 mil no ano de 2003, quando era presidente da Câmara, para beneficiar agência de Marcos Valério em contratos com a Casa.
No dia 6 deste mês, em seu penúltimo dia de atuação antes das férias, Barbosa rejeitou recurso do deputado, decretou o fim do processo e determinou o início da pena por peculato e corrupção passiva, que somam seis anos e quatro meses de prisão, no regime semiaberto. Na ausência de Barbosa, a presidente interina do STF, Cármen Lúcia, não assinou o documento ordenando a prisão, alegando ser atribuição do relator.
Em momento mais descontraído, João Paulo chegou a brincar sobre a espera da prisão, dizendo que José Dirceu e Delúbio Soares já teriam reservado um lençol para ele na Penitenciária da Papuda.
“Quando se vai para a prisão, tem de levar umas roupas… Não sei, nunca fui, mas eles disseram que tinha um lençol a mais”, disse.
Presente ao lançamento, a filha de Dirceu, Joana, discursou em favor dos petistas. “É aqui fora que a gente tem que fazer mobilização para provar a inocência deles. João, pode ter certeza que a gente vai estar com você até o final”, afirmou.
O ato político em Osasco contou com a participação dos deputados federais Carlos Zaratini, Devanir Ribeiro e Nilton Lima, também do PT de São Paulo. Além disso, compareceram políticos do PV e do PC do B que apoiam João Paulo. No início do evento foi mostrado um vídeo com depoimentos de apoio ao deputado, entre eles o dos filhos de Genoino – Ronan e Miruna – e de militantes que acamparam em frente ao STF.