Feminicídio é tema na ALEPE
Para marcar o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a deputada Fabíola Cabral relembrou vítimas como Mirella Senna, de Giselly Kelly e de Remís Carla Costa
A semana na Assembleia Legislativa de Pernambuco começou com o foco na mulher. Tudo isso porque no último dia 5 foi o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio e a deputada Fabíola Cabral aproveitou para discursar sobre o tema. Além disso, a plenária foi palco para uma espécie de homenagens para pernambucanas vítimas do feminicídio.
“Estou aqui, hoje, para dar as mãos a todas as mulheres pernambucanas e reiterar nossa luta incansável na Assembleia Legislativa por mais segurança para todas nós. Devemos transformar essa dor em revolta e liderar a sociedade no combate feroz à violência contra a mulher e ao feminicídio”, afirmou Fabíola Cabral. Na ocasião, a deputada reforçou que a data serve para lembrar que essa causa precisa ganhar força, que o Estado e a sociedade não podem permitir que as mortes sejam apenas números de uma realidade cruel.
Segundo a parlamentar, três em cada dez assassinatos de mulheres registrados em Pernambuco, em 2018, foram motivados por questões de gênero e o número total de homicídios de mulheres registrados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) é de 228, sendo 75 considerados feminicídios, o que equivale a quase 35% do total. Para completar, Pernambuco ocupa o sétimo lugar entre os estados com o maior número de assassinatos de mulheres e o quarto lugar no ranking dos casos de feminicídio em 2018.
“Essas mulheres – brancas, negras, jovens, idosas e até crianças – não eram números. Essas mulheres eram mães, filhas, amigas, esposas, profissionais e guerreiras que foram vítimas de uma cultura machista e covarde, que ainda hoje relega a mulher a um papel menor, inferior. Uma cultura que permite que alguns homens, verdadeiros monstros, se achem donos de nosso corpo e neguem nossa liberdade”, pontuou a deputada. Para a parlamentar, essas perdas fogem do âmbito familiar e são divididas por toda a sociedade. “Sim, essa luta é minha, essa luta é de todas as mulheres e a responsabilidade é de todos. O luto e o sentimento de impotência é avassalador. Até quando? Quantas vidas mais perderemos?”, indagou Fabíola.
Em paralelo, Fabíola aproveitou para enaltecer nos pontos que já avançamos como as Delegacias da Mulher, a Patrulha Maria da Penha – que busca monitorar as vítimas de violência doméstica -, os números 180 e 190 – que dá prioridade para os casos de abuso inclusive em relação aos homicídios -, mas reforçou que ainda é pouco.
Ainda na Plenária, Fabíola aproveitou para relembrar as mortes de Mirella Senna, de Giselly Kelly, de Remís Carla Costa. “Elas servem de alerta para a necessidade de atenção redobrada contra esse tipo de violência, contra essa cultura machista e covarde. Estou aqui para fazer valer a minha voz enquanto mulher, mãe de duas meninas e deputada: Basta de feminicídio! Queremos viver”, finalizou Fabíola Cabral.