Violência doméstica em tempos de pandemia
O programa A Tarde é Sua da Rádio Pajeú FM desta quinta-feira (14), conversou com a Cabo Anita e o Sargento Messias, ambos do Núcleo de Ações Preventivas (NAP), do 23º Batalhão de Polícia Militar de Afogados da Ingazeira. Dentro do Núcleo funciona a Patrulha Maria da Penha, o que credencia os dois a falarem sobre violência doméstica, visto que vivem a situação no dia a dia de trabalho.
Eles falaram sobre o aumento dos casos de violência doméstica, principalmente contra a mulher na região do Pajeú. Também falaram sobre como tem sido os trabalhos em meio a pandemia na qual nos encontramos por conta do novo coronavírus.
Ainda explicaram quais os principais tipos de violências que podem ser cometidas contra as mulheres e tiraram dúvidas dos ouvintes da Pajeú.
O programa ainda contou com a participação da conselheira tutelar, Patrícia Carvalho, que informou que apesar de ainda estarem acontecendo, não houve aumento nos casos de agressão contra crianças e adolescentes. Patrícia também informou como está o funcionamento do Conselho do Tutelar de Afogados da Ingazeira e alertou a pais e responsáveis sobre os cuidados necessários. Ouça abaixo a íntegra da entrevista:
O que é a violência doméstica?
De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Quais são os tipos de violência?
Violência física: espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo, tortura.
Violência psicológica: ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes), vigilância constante, perseguição contumaz, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting).
Violência sexual: estupro, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.
Violência patrimonial: controlar o dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, destruição de documentos pessoais, furto, extorsão ou dano, estelionato, privar de bens, valores ou recursos econômicos, causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste.
Violência moral: acusar a mulher de traição, emitir juízos morais sobre a conduta, fazer críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.