Diretor do HREC diz que vírus age como uma roleta russa. “A gente não sabe em quem cai a forma mais grave”
Sebastião Duque destaca esforço dos profissionais, anuncia a instalação de mais leitos de UTI no Regional e no Eduardo Campos e alerta: “muitos dos pacientes são jovens”
O Diretor do Hospital Regional Emília Câmara, Sebastião Duque, falou ao repórter Celso Brandão, da Rádio Pajeú, sobre a situação das UTIs na região. Ontem, todos os leitos das unidades dos hospitais Emília Câmara, Eduardo Campos e Hospam chegaram a 100% de lotação.
De acordo com o diretor, o quadro ainda é de 100% de ocupação esta manhã. “Ainda devem acontecer evoluções e perspectiva de pacientes terem alta. A nossa Ala Respiratória está hoje com 40% da capacidade. Ele anunciou que até amanhã devem ser abertos mais dez leitos de UTI, além de mais no Eduardo Campos, o que deve trazer algum alívio diante do atual cenário. Ouça abaixo a íntegra do que disse Duque.
Ele falou da fila de espera no Estado. “Como o Hospital é regional e SUS, nós podemos receber pacientes de qualquer lugar do Estado e até de fora dele. Isso é a Central de Regulação que organiza pro Emília Câmara, Eduardo Campos e pra todo Estado.
Ele falou do momento dos profissionais envolvidos no trabalho diante das mortes. “Estamos há um ano lidando com esse inimigo invisível. Pessoas perderam entes queridos, amigos e estão lidando todos os dias com isso. Quando um paciente tem alta a gente vê nos olhos dos funcionários a alegria. Parece que cada alta é de um filho, de um pai, uma mãe. Da mesma forma quando morre alguém a gente vê como todo mundo fica sentido. Então, com um ano de exposição a isso, as pessoas ficam fragilizadas. Mas somos guerreiros, temos dever e obrigação de dar o nosso melhor por todos. Quanto mais aperta, mas a gente se une, tem força e garra pra trabalhar”.
Ele fez mais uma vez o clássico alerta. “É um inimigo invisível que pode estar em qualquer lugar. Tem pessoas que contraem e passam só pela fase leve. Mas tem aqueles que podem ser intubados e chegam a óbito mesmo sem comorbidade. Muitos dos pacientes são jovens. Como a gente não sabe quem vai desenvolver a forma grave e leve é como se fosse uma roleta que se roda e não sabe em quem cai. E quem pega a forma grave muitas vezes não consegue sair dela. Uma morte de um ente querido abala toda uma família”.