Após tumulto em escola, 9 menores são apreendidos em São Simão, SP
Segundo tenente, adolescentes chegaram a morder e a arranhar policiais.
Escola foi atacada duas vezes depois de confusão envolvendo alunos.
Após um tumulto em que ao menos duas bombas e pedras foram jogadas contra uma escola de São Simão (SP) na quinta-feira (13), nove adolescentes foram apreendidos e levados para a delegacia. Em meio à confusão, estudantes chegaram a morder e a arranhar policiais que tentavam conter a depredação na Escola Estadual Capitão Virgílio Garcia, de acordo com a tenente da Polícia Militar Carolina Berbel. Os menores, segundo a PM, foram detidos com uso de força não abusiva devido a agressividade de alguns adolescentes e foram liberados logo depois de serem encaminhados à Polícia Civil.
A confusão na quinta-feira foi a segunda registrada na escola na mesma semana. Na quarta-feira (12), funcionários e alunos foram aterrorizados e fugiram por causa de um tumulto generalizado que acabou com a apreensão de um adolescente de 15 anos. O menor tentou agredir colegas com pedaços de madeira por causa de um cartão de memória supostamente furtado, segundo professores. Nesta sexta-feira (14), a escola teve reforço de seguranças particulares contratados pela Prefeitura e o local não registrou novos tumultos – uma estudante chegou a ser levada para a delegacia porque teria xingado um policial, mas foi liberada, comunicou a PM.
A Secretaria de Estado da Educação informou que as aulas nesta sexta transcorreram normalmente, que a presença da polícia foi solicitada e que a direção da escola ainda apura quem são os alunos envolvidos nos dois tumultos desta semana.
Nove adolescentes apreendidos
Segundo a tenente Carolina, na quinta-feira, depois de ficarem de prontidão em frente à escola das 10h30 às 15h e deixarem o local porque “a situação estava tranquila”, os policiais foram chamados a retornar devido à denúncia de uma nova confusão. “Minutos após deixarmos a escola, recebemos um chamado da direção nos informando que a confusão havia começado novamente. A diretora inclusive relatou que estavam todos acuados em uma sala de aula, pois havia muitas pedras e bombas sendo arremessadas contra o prédio”, disse a tenente.
Logo que chegaram e viram a ação dos adolescentes, PMs foram desacatados e agredidos por menores, alega Carolina. Duas jovens que tinham acabado de ser colocadas na viatura, segundo ela, saíram do veículo e foram em direção aos policiais. “Uma delas mordeu um de nossos agentes. Outros PMs também sofreram arranhões. Foi uma situação um pouco complicada, mas conseguimos apreender os envolvidos”, disse.
‘Força não abusiva’
De acordo com o capitão da PM Maurício Tavares, os adolescentes, principalmente as duas menores citadas pela tenente Carolina, resistiram à abordagem dos policiais com agressividade e obrigaram os policiais a usar de “força não abusiva” para que fosse feita a detenção. “Era contenção, não era agressão. (…) O suficiente para poder neutralizar a situação de resistência”, disse Tavares.
Levados à delegacia de São Simão, os nove adolescentes foram liberados com a presença dos pais e responsáveis. “As providências que foram tomadas são de praxe da PM diante desse tipo de situação”, afirmou o capitão da PM Maurício Tavares.
Segundo ele, a postura dos policiais foi transparente, mas será alvo de uma apuração interna a ser conduzida nos próximos dias.
O G1 tentou entrar em contato com a Polícia Civil e o Conselho Tutelar nesta sexta-feira, mas não conseguiu contatos dos familiares dos adolescentes envolvidos.
Secretaria de Educação
Por telefone, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação comunicou que as aulas transcorreram normalmente nesta sexta-feira na Escola Estadual Capitão Virgílio Garcia e que foi solicitado o retorno da polícia ao local para garantir a segurança dos alunos. Também informou que a instituição ainda apura quem são os alunos envolvidos nos dois tumultos “para tomar as providências baseadas no regimento escolar”.
Para conter novos atos de vandalismo e violência, a secretaria informou que intensificará o trabalho com o professor mediador, “profissional capacitado para solucionar vulnerabilidades”.
Do G1