Acampamentos de manifestantes são alvos de disparos na Tailândia
Ataques ocorreram na capital Bangcoc durante a madrugada de sábado (1).
País enfrenta protestos e tem eleições gerais marcadas para domingo (2).
Pessoas não identificadas atiraram na madrugada deste sábado (1) em Bangcoc contra dois dos acampamentos dos manifestantes antigovernamentais que se opõem às eleições gerais previstas para ocorrer no domingo (2) na Tailândia, informou a imprensa local.
Os ataques, que não deixaram nenhum ferido, foram feitos contra os manifestantes acampados perto do complexo governamental de Chaeng Wattana e contra o acampamento no distrito de Lat Phrao, no norte de Bangcoc, segundo o jornal ‘Bangcoc Post’.
As autoridades temem que enfrentamentos violentos possam ocorrer entre grupos de cidadãos que defendem seu direito ao voto e os manifestantes liderados pelo ex-vice-primeiro ministro Suthep Thaugsuban.
Dezenas de defensores das eleições antecipadas se reuniram em dois distritos da capital.
Na província de Pattani, no sul do país, vários líderes locais ameaçaram entrar em confronto com os manifestantes que impediram a distribuição de cédulas e urnas em toda a região.
Cerca de 200 mil policiais serão mobilizados em todo o país para garantir o desenvolvimento pacífico das eleições, 10 mil somente em Bangcoc, junto com o apoio de 7 mil soldados do Exército.
Suthep garantiu na sexta (31) que seus seguidores não impedirão o acesso às urnas para evitar surtos de violência, uma semana depois que os manifestantes boicotaram a votação antecipada em Bangcoc e no sul do país.
Aproximadamente 440 mil pessoas, dos dois milhões de eleitores registrados, não puderam votar em um dia em que vários deles foram agredidos e intimidados ao tentar entrar nas zonas eleitorais, enquanto um manifestante morreu baleado em uma confusão.
A primeira-ministra interina, Yingluck Shinawatra, decidiu manter a realização das eleições e rejeitou o adiamento que lhe foi pedido pela Comissão Eleitoral devido ao risco de uma escalada da violência e mesmo com a pequena probabilidade de que a votação apresente uma solução para a crise política.
O Partido Democrata, de oposição, não se apresenta nestas eleições nas quais os manifestantes impediram o registro de candidatos em 28 circunscrições do sul do país.
Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas nos protestos em diversos incidentes com tiroteios e ataques com explosivos desde novembro do ano passado.
Os manifestantes exigem que antes das eleições seja formado um conselho não eleito que substitua o governo e faça uma reforma do sistema político, que consideram como corrupto e a serviço dos interesses do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.
Thaksin, deposto em 2006 por um golpe militar, ganhou – diretamente ou através de coligações simpáticas a ele – todas as eleições gerais desde 2001, graças ao apoio da população rural do norte e nordeste do país que se beneficiou com suas políticas sociais.