Adolescentes da Funase participam de oficina de Hip-Hop realizada dentro da programação do FIG
Eles serão introduzidos aos movimentos básicos da Dança de Rua e a musicalidade dos seus ritmos e ao final se apresentam em evento aberto ao público
Pelo sétimo ano seguido, adolescentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) participarão de oficina oferecida dentro do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Desta vez, os beneficiados serão os socioeducandos da Casa de Semiliberdade (Casem) Garanhuns. Durante toda a próxima semana, de 24 a 28 de julho, cerca de 15 socioeducandos terão contato com o universo Hip-Hop na formação de Dança de Rua e Rima, realizada dentro da unidade. Após os cinco dias de aula, o palco do Parque Euclides Dourado receberá o evento de culminância das oficinas oferecidas no festival, onde os adolescentes farão uma apresentação de abertura da Batalha de Hip-Hop, mostrando a toda a comunidade o trabalho desenvolvido durante as aulas. A atividade é oferecida pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e pela Gerência de Projetos Especiais da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult), por meio de uma parceira com a Funase.
A oficina será conduzida pelos educadores Levi Costa e Claudio Ferreira e levará aos adolescentes os movimentos básicos da Dança de Rua e a musicalidade dos seus ritmos no que se refere ao Funky Soul, Funky, Groovy e Break. Segundo o educador Levi Costa, conhecido como Chitos, Pernambuco é uma das cidades onde o Hip-Hop é mais efervescente. “Incluímos características do coco, do cavalo marinho, da capoeira e do frevo na prática das aulas, porque a Dança de Rua tem tudo a ver com esses movimentos, que também são de resistência”, destacou.
Dinâmicas de grupo, exibição de filmes, rodas de diálogo e debates também serão desenvolvidas dentro da oficina. Entre os temas levantados estão: a história do Hip-Hop no mundo e no Brasil, abordando a Dança de Rua, MC, Graffiti, DJ e o 5° elemento; e a história da Dança de Rua, das origens nos Estados Unidos e sua constituição nas regiões brasileiras e em Pernambuco. “Nessa oficina trabalhamos também o conhecimento, estimulamos os adolescentes a lerem e escreverem, buscando assim uma melhoria de vida. Nos debates defendemos também a resistência negra e suas lutas. A Dança de Rua muda a vida e a cabeça deles, temos que mostrar uma força, um caminho e uma forma para isso acontecer”, destacou.
Para a vice-presidente da Fundarpe, Antonieta Trindade, o Hip-Hop é uma expressão da cultura de rua, muito identificada com as comunidades afro-americanas e latinas em subúrbios e periferias das grandes cidades. “Quando você agrupa dança, música, literatura e artes plásticas numa mesma expressão artística, automaticamente você consegue fazer com que uma comunidade inteira possa refletir sobre a sua própria condição social. É a própria poética urbana. O rap, o grafite e o break vêm daí”, enfatizou Antonieta Trindade.
A coordenadora geral da Casem, Luciana Virgínia, comemora mais um ano dessa parceria, que faz com que os adolescentes se sintam mais valorizados, mais integrados, em um momento em que a cidade está em efervescência. “Essa é uma oportunidade de inclusão dada aos nossos adolescentes. É uma forma de eles se sentirem presentes e vivenciando o FIG. E a cada ano percebemos ainda mais a sensibilidade da Fundarpe e do Governo do Estado em fazer com que a Funase participe do evento. Eles têm um olhar diferenciado, um olhar que precisamos ter”, frisou.
Fora a oficina oferecida aos adolescentes da Funase, diversas outras opções de formação cultural estão disponíveis aos moradores e turistas dentro das atividades do FIG. São cursos de cinema de animação, de fotojornalismo nas mídias livres, confecção de bonecos de madeira, de teatro, música e dança, por exemplo.