Advogado do suspeito de assassinar promotor solicita laudos periciais à Polícia
Criminalista quer as cópias do exame residuográfico e da perícia feita em peças de roupas femininas encontradas no carro de Thiago Farias
O criminalista Anderson Flecha, advogado do agricultor Edmacy Ubirajara – único suspeito preso pela morte do promotor Thiago Farias – solicitou à Polícia Científica (PC), nesta quinta-feira (28), os laudos periciais feitos até o momento. O pedido foi protocolado na sede da PC e a solicitação deve ser atendida ainda nesta sexta-feira (29).
O advogado quer as cópias do exame residuográfico, que apontaria a presença de pólvora na mão de Edmacy, e também dos laudos periciais feitos em peças de roupas e calçados encontrados no carro do promotor, no dia do crime. O intuito de Flecha é tentar provar mais uma vez a inocência do cliente, que está detido no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, desde o dia 15 de outubro.
Segundo ele, os investigadores estariam se negando a repassar os resultados para não criar novas perguntas sem respostas. “As provas que servem para a polícia acusar também servem para absolver. Já sabemos que esses laudos são favoráveis ao Edmacy, pois não foi ele que cometeu esse crime”, disse Anderson Flecha na porta da PC, no bairro de Campo Grande, área central do Recife.
Relembre o caso
Thiago foi assassinado no dia 14 outubro na PE-300, no município de Itaíba, Agreste, no momento em que seguia para o trabalho, na companhia da noiva, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins e um parente. A mulher conseguiu pular do carro quando o primeiro tiro foi disparado, sofrendo apenas escoriações. De acordo com a polícia, ela foi atendida na Unidade Mista São Vicente, onde foi medicada e, em seguida, liberada.
Inicialmente, a polícia prendeu o agricultor Edmacy Ubirajara como o executor do crime e apontou o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo, que continua foragido, como mandante. Apesar de as investigações estarem avançadas, nenhuma prova concreta foi encontrada para encriminar ambos os suspeitos. Uma mulher, considerada testemunha ocular, também está sendo procurada. Ela pode ser a peça chave para elucidar o caso.
Formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Thiago foi autor de livros jurídicos e professor de cursos preparatórios para concursos no Recife. Ele tomou posse como promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no dia 17 de dezembro do ano passado. Na ocasião, foi orador do grupo de novos promotores nomeados, tendo expressado que estava realizando “o sonho de ser promotor de Justiça, acalentado desde que havia ingressado na Faculdade de Direito”.
Da Folha PE