Afogados: profissionais da Educação são orientados sobre sinais de violência contra a 1ª infância
A programação da Semana do Bebê em Afogados da Ingazeira abriu espaço para debater um dos mais graves e revoltantes problemas enfrentados pela humanidade: a violência contra crianças e adolescentes.
No caso das crianças entre 0 e 6 anos, faixa etária da primeira infância, o quadro é mais grave pois os pequenos ainda não dominam a linguagem para expressar ou denunciar a violência que sofrem.
Pensando nisso, profissionais que atuam no CREAS – Centro de Referência Especializado em Assistência Social, que atua no atendimento e acompanhamento de crianças e adolescentes vítimas de violência, promoveram uma capacitação para ajudar na percepção de sinais indicadores de violência contra a primeira infância.
A capacitação foi direcionada para profissionais da educação que atuam nas unidades de ensino da rede pública municipal.
Números que revoltam – Em 2015, segundo dados do Disque 100, foram registradas 17.588 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, equivalentes a duas denúncias por hora. Foram 22.851 vítimas. Temos o dever de romper o silêncio, denunciando situações de violência usando canais como o disque 100, cuja ligação é gratuita e com a garantia do anonimato.
Dicas relevantes – Confira alguns indícios que podem significar que a criança ou o adolescente esteja sendo vítima de violência. As informações foram retiradas de uma cartilha produzida pela entidade ChildHood (instituição de promoção e defesa das crianças e adolescentes, criada em 1999, pela Rainha Sílvia, da Suécia):
1) Medo ou pânico em relação a alguma pessoa ou sentimento generalizado de desagrado por parte da criança quando sozinha com alguém;
2) Medo do escuro ou de lugares fechados;
3) Mudanças extremas, súbitas e inexplicadas no comportamento, como oscilações no humor entre retraimento e extroversão;
4) Mal-estar pela sensação de modificação no corpo e confusão de idade;
5) Regressão a comportamentos infantis;
6) Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. Fraco controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou suicida;
7) Baixo nível de estima própria e vergonha excessiva;
8) Culpa e autoflagelação;
9) Comportamento agressivo;
10) Interesse ou conhecimento súbito e não usuais sobre questões sexuais;
11) Expressão de afeto sensualizada ou provocação erótica;
12) Desenvolvimento de brincadeiras sexuais e masturbação compulsiva;
13) Desenhar órgãos genitais com detalhes e características além de sua capacidade etária;
14) Abandono de comportamentos infantis;
15) Mudança de hábito alimentar;
16) Padrão de sono perturbado;
17) Aparência descuidada e suja pela relutância em trocar de roupa;
18) Resistência em participar de atividades físicas;
19) Frequentes fugas de casa e prática de delitos;
A frequência e o desempenho escolar somados com mudanças em relacionamentos sociais também merecem atenção:
1) Assiduidade e pontualidade exageradas;
2) Queda injustificada na frequência escolar;
3) Baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem;
4) Pouca participação em atividades escolares;
5) Tendência de isolamento social;
6) Dificuldade de confiar nas pessoas a sua volta;
7) Fuga de contato físico.