Agronegócio brasileiro fecha 2017 em alta
Os empresários do agronegócio brasileiro não têm do que se queixar de 2017. Pelo contrário. As exportações cresceram 13%, totalizando US$ 96 bilhões. A balança fechou com superávit de US$ 81,8 bilhões, o segundo maior saldo desde 2013, quando foram contabilizados US$ 82,9 bilhões.
Do Sputnik News
Com um câmbio favorável e a contribuição do clima, que ajudou na obtenção da supersafra no ano passado, o saldo foi obtido com a recuperação de preços das principais commodities e o aumento do volume exportado. Nesse ranking, a soja ficou na primeira posição com embarques de US$ 31,7 bilhões, seguida pelas carnes (US$ 15,47 bilhões) e pelo setor sucroalcooleiro (US$ 12,2 bilhões).
Em entrevista à Sputnik Brasil, Pedro Netto, assessor de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), confirma a boa fase vivida pelo setor em 2017.
“Esse ótimo desempenho foi resultado de uma série de fatores. Um dos principais foi a supersafra, mas também de produtos que têm um pouco mais de processamento: crescimento de 8% nas exportações de carne de frango e de 14% nas de celulose”, observa o assessor.
Em termos de mercados, Netto confirma a Ásia, e em especial a China, como os grandes importadores do agronegócio brasileiro, seguidos pela União Europeia, pelos Estados Unidos, dos países dos BRICS e agora também os países do Oriente Médio.
O assessor da CNA admite, por outro lado, que nem tudo foi um céu de brigadeiro. No setor de carnes, por exemplo, o escândalo provocado pela Operação Carne Fraca, em março, continua se refletindo negativamente até hoje nos negócios da pecuária, com redução de preços nas exportações. Segundo ele, a crise não teve a participação do produtor, que acabou, porém, sendo o mais prejudicado.
“O caso foi limitado. Afetou só 21 frigoríficos e foi muito menor do que os escândalos em outros países, como na União Europeia, onde houve o escândalo das salsichas, de carne de cavalo, de hepatite E. Em abril do ano passado, nossas exportações de carne de frango caíram 23% e as bovinas, 18%, o que, com certeza, afetou o resultado do ano como um todo. Por isso a gente precisa do Estado para evitar esse tipo de ilegalidade. A gente não pode ter complacência nenhuma”, diz Netto.
Com relação ao café, Netto observa que os especiais têm um valor agregado maior, embora ainda não haja um levantamento em separado do produto, que é contabilizado junto com o café tradicional. Os embarques de café verde sofreram uma pequena redução no ano passado, mas se mantiveram na faixa dos US$ 4,5 bilhões.