André Ferreira compara 13º de Paulo Câmara ao ‘BomClube’

‘Você vai gastando para ter pontuação e depois é revertido’, ironiza o deputado

Da coluna Folha Política / Folha PE

O debate sobre o aumento do ICMS em cima de produtos “não essenciais”, como define o secretário executivo da Fazenda, Bernardo D´Almeida, ainda rende na Assembleia Legislativa e as críticas da oposição se multiplicam. À coluna, o deputado estadual André Ferreira tacha a proposta enviada pelo governador Paulo Câmara ao legislativo como “pacote de maldade”.

O acréscimo do imposto visa a ampliar a arrecadação para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecep), como forma de viabilizar o que o governador prometeu na campanha eleitoral: o chamado 13º do Bolsa Família.

O socialista explicou, desde lá, que usaria recursos do Fecep para proporcionar o benefício às famílias inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais. Em forma de projeto encaminhado à Assembleia Legislativa, a iniciativa acabou batizada de Nota Fiscal Solidária e exigirá que o cidadão consuma R$ 500 ao mês em produtos da cesta básica para alcançar o “13º” ao final do ano.

“Ele fez um plano de Bomclube. Você vai gastando para ter pontuação e depois é revertido para você como benefício”, critica André Ferreira. Ele se refere ao programa do supermercado Bompreço de fidelidade, criado em 1996 e encerrado em 2010, quando as operações da rede varejista já haviam passado ao comando do grupo norte-americano Walmart. Por esse programa, os associados acumulavam pontos de acordo com o valor gasto em compras e essa pontuação garantia a troca por diversos itens.

André endurece: “Esse benefício não vai chegar ao cidadão no valor que ele vendeu, que é dar R$ 150 (ao ano)”. Na análise do parlamentar, isso “é impossível para uma pessoa que ganha R$ 175, que é a média do valor do Bolsa Família”. Ele questiona: O cara ganha R$ 175 e, no ano, vai ganhar R$ 2,1 mil. Como querem que o cara gaste, no ano, R$ 6 mil com alguns itens? Isso é mentira”, dispara André, a despeito de Bernardo D’Almeida já ter argumentado que o beneficiário do Bolsa Família é “trabalhador” e incrementa a renda de outras formas.

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