Antes da Copa, polícia intensifica blitze contra exploração sexual infantil
G1 levantou dados de pelo menos 39 operações nas 12 cidades-sede.
No Rio, 5 meninas foram resgatadas da prostituição na semana passada.
Nove dias antes da abertura da Copa do Mundo, e a apenas 2 km do Maracanã, duas adolescentes de 17 anos foram encontradas em situação de prostituição infanto-juvenil pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. As meninas estavam sendo oferecidas por R$ 50, dentro de um recinto escondido e trancado com cadeado na Vila Mimosa, famoso ponto de prostituição da cidade.
Antecipando o esperado aumento das denúncias de exploração sexual infantil durante a competição, as delegacias especializadas em crimes contra crianças e adolescentes das 12 cidades-sede intensificaram as operações de fiscalização de prostituição. Levantamento feito pelo G1 nas 12 cidades mostra que, desde março, pelo menos 39 operações conjuntas da polícia, conselhos tutelares e varas da infância foram realizadas, resultando no resgate de pelo menos 20 menores de idade.
Segundo os delegados, as garotas encontradas em pontos de prostituição, bares e hotéis geralmente estão sem documento ou usam documento falsificado. A maioria dos resgates só acontece quando os policiais se passam por clientes para se aproximar das jovens.
Em algumas cidades, a operação reunindo equipes grandes e uniformizadas serve para mostrar que os locais estão sendo observados e inibir a ação de aliciadores. Em outras, as denúncias são apuradas por investigadores infiltrados, com o intuito de prender exploradores em flagrante –a maior chance de comprovar o crime.
No Distrito Federal, as investigações levaram à prisão, nesta terça-feira (10), de um homem de 51 anos suspeito de explorar sexualmente diversas garotas de 13 a 17 anos. Segundo a delegada, o homem fazia festas em Samambaia e São Sebastião, onde ele supostamente oferecia as meninas para prostituição.
Em Natal, uma operação feita no dia 30 de maio e acompanhada pelo G1 visitou 18 dos 30 cabarés identificados pela polícia na cidade. Todas as mulheres encontradas pela equipe de cinco policiais civis, cinco policiais militares e dez agentes do Poder Judiciário tiveram os documentos checados. Quando são encontradas desacompanhadas, as menores de idade são levadas pela polícia até a delegacia, onde são ouvidas na presença de um conselheiro tutelar e entregues aos pais ou responsáveis legais.