Após derrota na Câmara, Dilma irá se reunir com líderes da base aliada

Estratégia foi definida em reunião no Alvorada neste domingo (9).
Objetivo é tentar recompor a base e evitar mais votações desfavoráveis.

Fernanda Calgaro Do G1, em Brasília

Após sofrer derrotas na Câmara, a presidente Dilma Rousseff irá se reunir ao longo da semana com líderes dos partidos da base aliada, informou na noite deste domingo (9) o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, depois de participar de uma reunião da coordenação política do governo no Palácio da Alvorada. De acordo com Silva, a estratégia tem como objetivo recompor a base governista no Congresso e evitar mais votações desfavoráveis na Câmara e no Senado.

Além da presidente, participaram da reunião, que durou quase três horas, 13 ministros, o vice-presidente, Michel Temer, e líderes do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), e no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

“Na semana, ela vai receber todos os partidos que compõem a base, inclusive o PTB e o PDT. A iniciativa foi da presidente, que quer dialogar com todos os partidos”, afirmou Silva. Os novos encontros devem ser separados.

O ministro reconheceu que o Palácio do Planalto enfrenta dificuldades com os integrantes da base, mas disse que o governo está confiante em reverter o cenário desfavorável dialogando com os partidos.

Na semana passada, o Executivo viu o PDT e o PTB desembarcarem da base ao anunciarem que passarão a votar de forma “independente” do governo.

Também na semana passada, na volta do recesso parlamentar, a presidente viu a Câmara aprovar a primeira “pauta-bomba”, como são chamados os projetos com impacto nos cofres públicos.

Apesar do compromisso dos líderes da base em adiar a votação, os deputados, inclusive com ajuda de parlamentares de siglas governistas, aprovaram o texto principal de uma proposta que vincula os salários da Advocacia-Geral da União a 90,25% dos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 33,7 mil.

O Ministério do Planejamento calcula um impacto de R$ 2,4 bilhões por ano nas contas públicas, o que contraria o esforço de economia do Executivo para reequilibrar as contas públicas.

Michel Temer
Edinho Silva afirmou que, na reunião deste domingo, o vice-presidente, Michel Temer, que acumula a função de articular político, recebeu o apoio dos ministros para continuar no cargo. Na quinta-feira (6), ele havia colocado o cargo à disposição após ter feito um apelo para tentar unificar a base, o que gerlou mal-estar no Palácio do Planalto.

O ministro também cobrou responsabilidade do Legislativo nas votações e afirmou que os interesses do povo brasileiro devem ser colocados em primeiro plano, acima de interesses “político-partidários”.

Falou ainda que a reunião não tratou de reforma ministerial ou redução no número de pastas. Sobre as manifestações previstas para o próximo domingo (16), afirmou que o governo as vê com “naturalidade”.

Encontro
Os ministros presentes na reunião deste domingo foram: Edinho Silva (Comunicação Social), José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Gilberto Kassab (Cidades), Jaques Wagner (Defesa), Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Eduardo Braga (Minas e Energia), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Edinho Silva (Comunicação Social).

Reunião antecipada
Normalmente, a reunião da coordenação política ocorre às segundas-feiras, mas foi antecipada porque, nesta segunda-feira (10), a presidente tem compromisso em São Luís (MA), onde entregará unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida e participará da inauguração do Terminal de Grãos do Maranhão, no Porto de Itaqui.

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