Após dia mais letal no país, deputado mostra que vive num mundo paralelo
Por André Luis
Nesta terça-feira (16), o Brasil bateu mais um triste recorde na pandemia. Foram 2.841 óbitos em 24 horas.
Já se tem notícias de falta de medicamentos para intubação e o perigo constante da falta do oxigênio medicinal, nos rondando como um fantasma.
Segundo declaração da Fiocruz: “Brasil vive maior colapso sanitário e hospitalar da história”. Mas ainda assim, há quem parece viver em um mundo paralelo, como se nada de grave estivesse acontecendo.
Exemplos? Podemos citar vários – principalmente vindos do Governo Federal – mas vamos ficar com o comentário do líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), em entrevista à Globo News, no dia mais letal do país, desde o início da pandemia.
Para o deputado, a situação do país é “confortável”.
“Nosso sistema de saúde responde, está melhor no tratamento as pessoas do que a maioria dos países de primeiro mundo que estão na nossa frente em número de vacinados, mas o Brasil é o 5º do mundo em número de vacinados. Embora tenha começado mais tarde, já são 10 milhões e 300 mil vacinados e 11 milhões e 600 que já pegaram Covid e estão imunes, então, a nossa situação, ela não é tão crítica assim. Comparada a outros países, é uma situação até confortável”, disparou o deputado.
Dezenas de especialistas em infectologia já demonstraram preocupação com a variante P1 do vírus, isolada em Manaus. Alertando, inclusive, que ela tem a capacidade de enganar o sistema imunológico provocando a reinfecção – na verdade, já existem casos comprovados de reinfecção pela variante – mas o deputado prefere minimizar a situação.
Nesta terça-feira, 28% das mortes de Covid-19 no mundo aconteceram no Brasil, mas para os negacionistas que vivem em um mundo paralelo – talvez no mundo invertido da série Stranger Things – nada de mais está acontecendo. “O problema é a mídia canalha que aterroriza a população”.
Nada de mais, só mais um dia no nosso Brasil. Como questionava Renato Russo na canção: “Que país é esse?”. Ou melhor, que pessoas são essas?