Ataque contra surfista não foi causado por tubarão
De acordo com o IML, a mordida foi feita por um animal marinho não identificado
Do Diário de Pernambuco
O ataque sofrido pelo surfista Diego Gomes Mota, de 23 anos, na manhã dessa terça-feira (31), em Olinda, não foi causado por um tubarão ou jacaré, como havia sido especulado. De acordo com o laudo divulgado pelo Instituto de Medicina Legal, a ferida na coxa esquerda do jovem foi causada por um animal marinho não identificado.
“Foi um animal marinho, mas não sou especialista na área e não tenho como dizer qual. Só que trabalho há muitos anos com mordida de tubarão e tenho a certeza de que não é o caso”, explicou o gerente do IML, Antônio Barreto. Segundo ele, tubarão tem dentes serrilhados e arrancam pedaços nos ataques. “Tubarão e jacaré, quando atacam, cravam os dentes e arrancam pedaços. Deixam marcas na parte anterior e posterior. Diego só tem uma marca e é linear”, complementou.
A perícia foi realizada às 12h30 desta quarta. De acordo com o documento, Diego apresenta uma ferida cirúrgica de forma ovalar, superficial, medindo no maior sentido 150 mm e uma ferida em forma de meia lua, suturada, irregular, medindo no maior diâmetro 180 mm.
Diego Mota surfava com o irmão, Tiago Mota, 21, e dois amigos quando sofreu o ataque por volta de 11h, na praia de Del Chifre. Ele foi socorrido pelo irmão, de moto, para a Unidade de Pronto Atendimento de Olinda e, posteriormente, transferido para o Hospital Miguel Arraes, no Paulista. Passou por uma intervenção cirurgica das 15h20 até 17h45 e já está na enfermaria.
Ainda na terça, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e o Corpo de Bombeiros afirmaram não se tratar de ataque de tubarão. De acordo com as equipes médicas, a mordida na coxa esquerda do jovem teve 20 centímetros.
Ataques de tubarão
Desde 1992, 59 pessoas foram vítimas de ataques no estado. Em 1995, devido ao grande número de ataques, os esportes náuticos foram proibidos na orla pernambucana em um trecho de 32 quilômetros do Cabo de Santo Agostinho até Olinda. Cem placas de advertência informando sobre o risco estão instaladas no perímetro.