Avião desaparecido na Ásia pode ter mudado rota; buscas são ampliadas

Por enquanto, não foi encontrado nenhum destroço da aeronave.

Avião levava 239 pessoas e seguia da Malásia para a China.

As autoridades da Malásia anunciaram neste domingo (9) que as equipes de resgate ampliaram a área de busca nas águas do Golfo da Tailândia após informarem que o avião da Malaysia Airlines pode ter dado um giro na rota antes de desaparecer.

O ministro da Defesa e de Transportes, Hishammuddin Hussein, disse que as autoridades estudam todas as possíveis razões de uma meia-volta deste tipo.

“O desaparecimento do MH370 não é algo que possamos analisar superficialmente e não podemos descartar nenhuma possibilidade. As agências de inteligência de países relevantes foram informadas e compartilharemos a informação à medida que a investigação avançar”, disse Hishammuddin.

Em entrevista coletiva posterior, autoridades da Aviação Civil e das Forças Armadas malaias disseram que os radares confirmam que o avião realizou essa manobra de giro, mas que não houve nenhuma comunicação do piloto como o protocolo estabelece.

Também não foi recebida nenhuma mensagem de alerta ou emergência vinda do avião antes de desaparecer, acrescentaram.

Parentes dos passageiros viajarão entre este domingo e segunda-feira (10) para Kuala Lumpur, a capital da Malásia, onde serão assistidos diretamente pela companhia aérea.

A Malaysia Airlines ofereceu a viagem a cinco familiares de cada um dos passageiros que embarcaram no voo, e abriu hoje um sistema de registro em um hotel da capital chinesa, onde estão hospedados os próximos dos desaparecidos.

Passageiros investigados
Os serviços de segurança investigam a lista de passageiros do voo MH370 após descobrirem que pelo menos dois deles viajavam com passaportes falsos e haver suspeitas sobre a identidade de pelo menos outros dois.

“Estamos investigando a lista inteira de passageiros, não só desses quatro”, disse Hishammuddin em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur. “Ao mesmo tempo nosso serviço de inteligência foi ativado e as unidades antiterroristas de todos os países relevantes foram informadas”, acrescentou o ministro.

O italiano Luigi Marald e o austríaco Christian Kozel aparecem na lista de 227 passageiros que viajavam de Kuala Lumpur a Pequim no sábado, mas nenhum dos dois se encontrava na Malásia nesse dia.

Marald teve o passaporte roubado há um ano na Tailândia, onde está agora, e Kozel se encontra na Áustria e, como o primeiro, teve o passaporte roubado na Tailândia dois anos antes, segundo comprovaram as autoridades.

Os dois impostores compraram as passagens com destino a Copenhague via Pequim da China Southern Airlines – companhia com o fim do voo da Malaysia Airlines estava vinculado – em uma única operação realizada com moeda tailandesa, informou o canal “CNN”.

A Interpol disse que é bastante preocupante que passageiros conseguiram embarcar no voo com passaportes que constavam como perdidos ou roubados em sua base de dados. Segundo a polícia internacional, pelo menos dois passaportes que estavam nessa lista constam como passageiros do voo desaparecido.

A Interpol também informou que está examinando outros passaportes “suspeitos” usados por passageiros do voo.

A agência oficial chinesa Xinhua informou neste domingo que um cidadão chinês também não estava no avião, como havia sido relatado anteriormente.

O homem assegura que nunca teve seu passaporte roubado ou perdido, embora o número de seu documento estivesse na lista de passageiros, com um novo nome.

As autoridades da Malásia começaram a analisar neste domingo as imagens do circuito fechado de televisão (CFTV) do aeroporto em que os dois passageiros que utilizaram passaportes roubados para embarcar no avião de Malaysia Airlines, desaparecido desde sábado, são vistos.

As imagens do circuito interno de segurança do aeroporto foram colocadas à disposição dos investigadores. O objetivo é identificar os passageiros que embarcaram com passaportes roubados. “Temos imagens deles desde a zona de registro até a de embarque e saídas”, disse o diretor-geral do departamento de Aviação Civil, Azharuddin Abdul Rahman.

Apoio internacional
O Conselho Nacional de Segurança do Transporte dos Estados Unidos (NTSB) informou neste domingo que enviou uma equipe de especialistas à Ásia para ajudar a investigar o desaparecimento.

Em comunicado o NTSB informou que a equipe viajou na noite de sábado, acompanhado de “assessores técnicos” da Boeing, fabricante do avião, e da Administração Federal de Aviação americana (FDA).

O FBI também enviará agentes à Malásia para ajudar na investigação, informou uma fonte oficial americana ao canal “CNN”.

O FBI participa da investigação porque viajavam cidadãos americanos a bordo do voo MH370 (três, segundo a companhia aérea) e não descarta o terrorismo nem nenhuma outra causa.

Mancha de óleo
Hishammuddin confirmou a presença de manchas de óleo no mar entre Malásia e Vietnã, mas ressaltou que, por enquanto, não foi encontrado nenhum destroço da aeronave.

Um avião do Vietnã avistou no sábado (8) à tarde duas manchas de óleo ao sul de Tho Chu que seria compatível com o resíduo que o carburante do avião desaparecido deixaria.

Nas tarefas de busca e resgate participam 22 aviões e 40 embarcações de Malásia, Vietnã, Cingapura e Indonésia.
As autoridades chinesas enviaram dois navios de guerra e um civil para ajudar na busca e no resgate.

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