Brics seguirão liderando crescimento da economia mundial, diz Mantega

No entanto, para ministro, modelos de crescimento devem ser revistos.
Mantega participou de debate no Fórum Econômico Mundial, na Suíça.

Os países dos Brics – grupo de potências emergentes da economia global, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – continuarão liderando o crescimento mundial, afirmou nesta quinta-feira (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante participação no Painel da TV Globo e GloboNews em Davos, sobre a “crise de meia idade” dos Brics.

Mas, segundo o ministro, que participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, é preciso que sejam feitas mudanças nos modelos de expansão desses países.

“Não acredito que haja crise de meia-idade dos Brics. Diante da crise mundial, houve redução do volume de comércio, de demanda internacional. A economia mundial, os países avançados estão em vias de recuperação, ainda gradual, inicial. E, portanto, com essa recuperação, nós teremos uma reativação do comércio. O comércio [global] crescia a um volume de 6% a 7% ao ano. Daqui para frente, voltará a crescer 4% a 5%. Os Brics continuarão liderando o crescimento da economia mundial. Mas, para, isso, precisam fazer mudanças nos seus modelos de crescimento”, afirmou Mantega.

O ministro citou o modelo de crescimento da China, que, segundo ele, precisa aumentar sua demanda interna e diminuir o nível de investimentos. “A China sai de uma fase para outra com qualidade de crescimento. Não acho que voltará a crescer como em 2007, mas vai crescer. A Índia vai continuar crescendo também, mas não 8%, 9%, mas poderá crescer 6%, o que já é um nível elevado para a economia mundial. Como é uma economia de renda baixa, haverá convergência de renda baixa para média.”

No caso do Brasil, as mudanças serão em um sentido quase inverso ao necessário na China, disse Mantega. “Nós já temos um mercado consumidor avançado. Fizemos grande inclusão social, expandimos a classe média, reduzimos a pobreza. Nós temos um grande mercado consumidor. Para ativar esse comércio, falta crédito… hoje está escasso. O mais importante é que o investimento vai fazer a economia [brasileira] crescer.”

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