Brics volta a cobrar reformas no FMI, Banco Mundial e ONU
Países também criticaram “espionagem em massa” feita pelos EUA.
VI reunião de cúpula do grupo aconteceu nesta terça (15), em Fortaleza.
O Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, voltou a cobrar nesta terça-feira (15) a reforma de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas (ONU), durante encontro de chefes de estado em Fortaleza.
“Continuamos desapontados e seriamente preocupados com a presente implementação das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2010, o que impacta negativamente na legitimidade, na credibilidade e na eficácia do Fundo”, diz o comunicado conjunto divulgado durante o encontro.
As reformas, que visam dar mais voz aos países emergentes nesses órgãos, foram aprovadas em 2010, mas, apesar da pressão do Brics, ainda não saíram do papel.
“Reiteramos nosso apelo ao FMI para formular opções para avançar seu processo de reforma, com vistas a garantir voz e representação das economias de mercado emergentes e países em desenvolvimento, caso as reformas de 2010 não entrem em vigor até o final do ano”, completa o texto.
As reformas no FMI e no Banco Mundial estão entre as principais bandeiras do Brics desde a primeira reunião formal do grupo, em 2009.
ONU e espionagem
O documento também pede “reforma abrangente” na ONU para “torná-la mais representativa”. Um dos alvos é o Conselho de Segurança da organização, onde o Brasil pleiteia um assento permanente. Como em cúpulas anteriores, China e Rússia, que são membros efetivos do conselho, evitaram dar apoio claro à ambição brasileira.
“China e Rússia reiteram a importância que atribuem ao status e papel de Brasil, Índia e África do Sul em assuntos internacionais e apoiam sua aspiração de desempenhar um papel maior nas Nações Unidas”, diz o comunicado conjunto.
O Brics também condenou “fortemente” a espionagem eletrônica promovida por agências de vigilância norte-americanas. Documentos tornados públicos no ano passado revelaram que a presidente Dilma Rousseff, alguns de seus assessores e até a Petrobras foram alvo dessas ações.
“Condenamos fortemente os atos de vigilância eletrônica em massa e a coleta de dados de indivíduos em todo o mundo, bem como a violação da soberania dos Estados e dos direitos humanos, em especial o direito à privacidade.”